
O Brasil exportou 3.274 milhões de sacas de café em fevereiro, ou 10,40% menos em relação ao mesmo mês do ano passado. O faturamento, entretanto, aumentou 55,50%, para US$ 1.19 bilhão, na mesma base comparativa. Os números foram divulgados nesta quinta-feira pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em nota. A receita aumentou em razão dos “elevados preços internacionais”, indicou a entidade.
Em relação ao acumulado dos oito meses da safra 2024/25 (julho a fevereiro), a receita acumulada é de US$ 9.723 bilhões, aumento de 59,80% em relação ao mesmo período da safra 2023/24. Em volume, o total embarcado totalizou 33.452 milhões de sacas, ou 8,80% mais.
Quanto aos meses de janeiro e fevereiro de 2025, o País exportou 7.287 milhões de sacas de café, queda de 5,40% em relação ao mesmo período de 2024. A receita, porém, aumentou 58,40%, para US$ 2.516 bilhões. Esses valores, segundo o Presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, são recordes. Ele indicou, ainda, que mesmo com a queda das cotações nas bolsas internacionais, “os preços atuais e as cotações médias dos últimos meses são significativamente maiores do que os registrados no mesmo período do ano anterior, o que justifica o recorde em receita”.
Já a queda no volume exportado esta relacionada ao fato do Brasil estar na entressafra de café, o que faz com que o produto brasileiro perca competitividade em relação ao de concorrentes, como o Vietnã. “Ali os preços estão mais atraentes em relação aos Canéforas (Conilon e Robusta) brasileiros”, destaca. A variedade Arábica também está mais cara na comparação com o produto de países da América Central. “Esses fatores devem seguir afetando o desempenho das exportações do Brasil, que devem ter menor volume nos próximos meses”, indicou.
Outro fator na redução dos embarques, segundo Márcio Ferreira, é uma “eventual e pontual redução no consumo global da bebida”. “Os recordes de preços registrados no mercado nacional e internacional estão longe do que já foi repassado pelas indústrias no Brasil e no exterior e mais distantes ainda daquilo que os supermercados repassaram aos consumidores”, justificou na nota. “Ainda que vejamos mais quedas nas bolsas, novas altas nos preços ao consumidor não devem ser descartadas, haja visto essa grande defasagem.” Ainda segundo Márcio Ferreira, o potencial aumento de preço terá “impacto direto na inflação dos países consumidores, produtores ou não, e resultarão em redução do consumo”.