Brasil deve produzir 299.27 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024

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O volume da produção brasileira de grãos deverá totalizar 299.27 milhões de toneladas na safra 2023/2024. O montante representa uma queda de 6,40% ou 20.54 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, porém ainda posiciona esta safra como a segunda maior já colhida no País. Os dados constam no 10º levantamento de grãos, divulgado nesta quinta-feira (11), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo a estimativa, a pesquisa de campo realizada no final de junho, indica um aumento de 0,60% ou 1.72 milhão de toneladas em relação à pesquisa do mês anterior. O motivo foi o avanço da colheita das principais culturas, indicando recuperação na produção, sobretudo do milho segunda safra, gergelim e arroz. Por outro lado, houve uma redução no milho primeira safra, feijão, trigo, algodão e soja.

A quebra registrada em relação ao ciclo passado, segundo o levantamento, deve-se sobretudo à intensidade do fenômeno El Niño, que nesta safra teve uma influência negativa no comportamento climático desde o início do plantio, chegando inclusive às fases de reprodução das lavouras de primeira safra plantadas até o final de outubro, nas principais regiões produtoras do País.

Com relação à soja, a estimativa de produção é de 147.34 milhões de toneladas, uma queda de 4,70% ou 7.27 milhões de toneladas em relação a safra anterior, com a colheita finalizada. Nesse resultado, se destacam os estados de Mato Grosso, maior produtor de soja do país, com 39.34 milhões de toneladas e Bahia, com a maior produtividade, de 3.780 quilos por hectare. J

á o milho tem uma produção estimada de 115.86 milhões de toneladas, incluindo as três safras. O volume é 12,20% ou 16.03 milhões de toneladas menor do que o da safra 2022/23. O levantamento desta cultura mostra, no entanto, que as condições climáticas vêm favorecendo, com a maioria das lavouras em estágio de desenvolvimento vegetativo e fase reprodutiva.

A área plantada total no País, com os produtos analisados, registra um aumento de 1,50%, o que corresponde a 1.21 milhão de hectares em relação à safra passada. Os maiores aumentos foram registrados na soja, de 1.94 milhão de hectares, seguido do gergelim, algodão, sorgo, feijão e arroz. Já o milho total registrou uma redução de 1.41 milhão de hectares, acompanhado pelo trigo e as demais culturas de inverno.

As culturas de inverno, que incluem trigo, aveia, canola, centeio, cevada e triticale, estão com o plantio em andamento. Especificamente para o trigo, as estimativas preliminares indicam uma safra de 8.96 milhões de toneladas, em uma área de 3.07 milhões de hectares.

Mercado

Sobre as movimentações do mercado agrícola, destaca-se o comportamento das cotações de arroz, que têm operado próximo da estabilidade de preços ao produtor no Rio Grande do Sul, sendo o atual patamar de comercialização muito rentável para o produtor que colheu sem influência negativa das enchentes no Estado.

Ademais, destaca-se a projeção de mercado ajustado entre a oferta e demanda de arroz, o que corrobora a perspectiva de preços remuneradores ao longo de todo o ano de 2024 e, em meio a este cenário previsto, a expectativa é de acentuada expansão de área do grão em todo o País.

Para o mercado de milho, a recente valorização do dólar tem refletido em um viés de alta dos preços internos no Brasil, mesmo diante do cenário de queda das cotações nos EUA, após o anúncio do USDA do levantamento de área plantada de milho superior à intenção de plantio, previamente divulgada. Sobre a soja, ilustra-se a intensa correlação das cotações nacionais e internacionais, em meio ao grande volume da safra brasileira que é direcionada às exportações.

Com a expectativa de mercado menos rentável para o produtor norte-americano, a área plantada de soja nos EUA ficou abaixo da estimativa inicial do USDA e do mercado, porém, apesar da redução, a estimativa é de que a nova safra seja 3% maior do que a anterior. Assim, se mantém a perspectiva de preços com dificuldade de valorização ao longo de 2024 no Brasil, com o mercado internacional bem ofertado.

Para o feijão, a estimativa da temporada 2023/24 é de um volume médio de cerca de 3.3 milhões de toneladas, 7,60% acima da safra anterior. O resultado é a soma da produção da primeira e segunda safras, apuradas no levantamento de campo realizado em junho de 2024, mais as previsões para a terceira safra.

Partindo-se de um estoque inicial de 325.000 toneladas, o consumo de 2.85 milhões de toneladas, as importações de 50.000 toneladas e as exportações de 150.000 toneladas, o resultado será um estoque de passagem de 642.600 toneladas de feijão, volume que deverá contribuir para a manutenção da normalidade do abastecimento interno.

Acesse os arquivos com informações completas do 10º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024 e os detalhes das demais culturas.

Fonte: Conab
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