A Associação Brasileira dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja Brasil) estima que a área plantada de soja na safra 2017/2018 será mantida. Foi o que afirmou, na quinta-feira (25), o presidente da entidade, Marcos da Rosa.
Na safra atual, cujo calendário agrícola termina em julho próximo, os sojicultores brasileiros aumentaram a superfície semeada. Segundo o levantamento mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), foram 33.85 milhões de hectares (+1,8%).
“A área vai ficar na mesma, a tecnologia vai diminuir em função dos problemas dos custos e os baixos preços de Chicago, que não remuneram. É um momento muito delicado para decidir, mas é essa a visão que eu tenho”, disse Marcos da Rosa durante o seminário “A Força do Campo”, promovido pelo Banco Santander, em Cuiabá (MT).
Agricultor em Canarana, no leste mato-grossense, o presidente da Aprosoja Brasil acrescentou que há dificuldades na comercialização da safra atual. Usando a si mesmo como exemplo, ele explicou que há milho pronto para colher, mas que não se consegue vender porque o preço atual não cobre os custos de produção.
“Estamos vivendo novamente um momento de armazém cheio e sem dinheiro do bolso. O leilão do governo não dá os custos de produção de qualquer maneira”, disse, se referindo à intervenção do governo no mercado de milho por meio dos leilões de prêmios de escoamento e de contratos de opção.
Diante do atual cenário, a tendência é o agricultor “controlar” a sua produção. “É melhor ter a produção controlada, uma oferta menor e um preço maior. Não tem renda”, afirmou Marcos da Rosa.
Plano Safra
Ele se mostrou cético em relação ao Plano Safra para a temporada 2017/2018. Durante o evento em Cuiabá, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi informou que as medidas para o próximo plantio serão anunciadas na semana que vem. Segundo o ministro, a expectativa é de taxas de juros, em média, 1% menor que as praticadas atualmente.
O presidente da Aprosoja Brasil comentou que a expectativa do setor era de uma queda mais acentuada. Mas ponderou que o problema maior não está nas condições em si, mas no acesso aos recursos. “Não adianta ter o recurso, seja caro ou barato, e não conseguir acessá-lo no banco. Continuam os entraves de tramitação. Ou não acessa o recurso ou, quando acessa, é muito tarde”, declarou.
Fonte: Globo Rural