Brasil deve assumir a liderança na produção mundial da soja. Diretores da SNA analisam o cenário

Com o aumento da área plantada em relação à safra do ano anterior e à quebra que afeta o mercado americano, a previsão é de que a safra 2012/2013 coloque o Brasil como maior produtor mundial da soja, assumindo a liderança na produção internacional, que antes era ocupada pelos Estados Unidos.

Fernando Pimentel, diretor da SNA, confirma a previsão do mercado para o crescimento de 14% na produção brasileira. “Devemos crescer entre 9 e 11% a área para a safra 2012, mas o clima tem que contribuir para isso. Se a comparação de 14% for com a última safra, que tivemos perdas, o número deve ser ainda maior que 14%”.

Se manter essa previsão, o país terá um crescimento de significativas 10,5 toneladas acima do último recorde registrado em produtividade. “Se compararmos com a última safra recorde 2010/11, que foi de 75,5, teremos que produzir 86 milhões de toneladas, o que é possível, mas temos que contar com as condições climáticas ideais para isso. De qualquer forma, vamos produzir mais que os EUA”, ressalta Pimentel.

Para ele, outro fator que influencia essa nova perspectiva e coloca o Brasil como o principal produtor do grão no mercado mundial é a seca que atingiu a produção americana e gerou quebra de -13,7% na safra 2011/12, segundo dados divulgados pela USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que já posiciona o Brasil em primeiro lugar no ranking.

Para o diretor da SNA, Marcio Fortes, esse cenário é positivo para os sojicultores brasileiros, que devem se beneficiar com a cotação do grão em alta. “A quebra da safra norte-americana é fruto da pior seca naquele país nos últimos 50 anos. É estimada em cerca de 20% e o reflexo mais direto no Brasil é a comercialização antecipada, valendo-se dos melhores preços da ocasião”. Na estimativa de Pimentel, as cotações devem seguir acima de US$ 16,00 por bushel, mas a volatilidade deve aparecer a partir de novembro com a entrada do plantio no Brasil e Argentina.

Algumas cidades do Mato Grosso, estado com maior produtividade nacional do grão, já deram início ao plantio da soja, uma semana anterior ao mesmo período realizado no ano passado. “No ano passado houve um atraso por falta de chuva, o que pode não ocorrer esse ano, mas ainda é cedo para fazer prognóstico. Devemos ter um início mais normal esse ano para o MT”, conclui o diretor.

 

 

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