Pesquisa e tecnologia alavancam mercado de cafés especiais

Joel Naegele, diretor da SNA

Os investimentos crescentes em tecnologia e pesquisa têm dado resultado ao setor cafeeiro do país, que além de deter o título de maior produtor e exportador mundial do grão, desponta também como um dos grandes fornecedores de cafés especiais do mundo. Segundo o diretor da SNA, Joel Naegele, os produtores estão buscando aumentar a produtividade e retirar agrotóxicos, investindo ainda mais no processo de plantio e colheita. “Esse conjunto faz parte de uma série que fatores que fizeram o mercado crescer”, explica.

A produtividade dos grãos especiais representa hoje 15% do mercado internacional, o que demonstra o crescimento alcançado na qualidade, sabor e na agregação de valor que o produto produzido no país conquistou. Esse cenário positivo que o setor vive vem sido construído com o tempo e por causa de vários fatores. “Estamos vivendo mudanças tecnológicas, crescimento de sindicatos, auxílio de economistas, investimento em estudos e pesquisas e, por isso, é natural que os setores busquem novos mercados e ampliem sua atuação”, explica o diretor.

Para ser especial, o café precisa responder a um rigoroso processo de produção que leva em consideração desde as características genéticas do grão até a forma de preparo da bebida. Para ficar de acordo com os padrões exigidos no mercado, o produtor precisa ter muito cuidado nas etapas de produção, com o sistema de plantio e manutenção dos pés, no processo colheita e pós-colheita, que compreendem a secagem e estocagem e, na fase industrial de torra, moagem e embalagem do produto.

Para Naegele, há uma sutileza muito grande envolvida nessa mudança de cenário. O conhecimento do mercado e de valores que cercam o produto foram os responsáveis por abrir as portas do país para as exportações e elevar o crescimento. “A divulgação, o valor agregado, as formas de realizar a colheita arrancado um a um e sem submeter o grão a estresse e impedindo a queda, são fatores importantes para a conquista desse novo mercado. O Brasil está acompanhando essa evolução, com tecnologia aliada ao trabalho especializado, o que está dando resultado”, avalia.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o país possui hoje 74 projetos sendo desenvolvidos por cerca de 40 instituições, que fazem parte das políticas de ação ao setor pelo governo. A Embrapa coordena dois projetos envolvidos na busca pela melhoria do café produzido nacionalmente: os Programas Pesquisa Café e Consórcio Café.

Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) preveem para 2012 uma safra de 50,62 milhões de sacas de café, plantadas em 2,3 milhões de hectares, com 5,7 bilhões de pés. Quase todas as regiões cafeeiras do país produzem o café especial atualmente, destacando a produção no cerrado, zona da mata e sul de Minas Gerais, serra do espírito Santo, Bahia, São Paulo e Paraná.

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