Brasil compra 25.000 toneladas de trigo da Rússia

O Brasil comprou um carregamento de 25.000 toneladas de trigo da Rússia, segundo duas fontes com conhecimento das negociações, no primeiro acordo desde que os dois países concluíram conversas para liberar o comércio bilateral de grãos e carnes em dezembro.

As fontes, que pediram para ser manter no anonimato porque as conversas são particulares, disseram que o carregamento tem como destino portos no Nordeste brasileiro e, de lá, moinhos da região.

Segundo o Ministério da Agricultura, essa é a primeira importação de trigo russo desde 2010, quando o Brasil comprou 29.700 toneladas. Antes disso, apenas um acordo foi registrado em 2002, de 9.900 toneladas.

Questões fitossanitárias impossibilitaram por anos qualquer potencial compra brasileira de trigo russo.

Porém, o Brasil e a Rússia começaram discussões no ano passado para encontrar um caminho comum para a comercialização de cereais e carne. O governo russo esperava encontrar novos mercados para seus grãos depois de grandes colheitas e o Brasil procurava expandir suas vendas de carnes de frango, bovina e suína.

No fim do ano passado, o Brasil publicou uma nova legislação liberando as importações de trigo da Rússia.

Mas, em dezembro, a Rússia impôs restrições temporárias sobre importações de carne suína e bovina do Brasil, após um aditivo alimentício proibido ter sido encontrado em alguns envios.

Uma das fontes disse que o carregamento de trigo foi vendido pela trading de commodities Sodruzhestvo. Não há informação exata sobre o comprador.

A Bunge, maior processadora de trigo do Brasil, com moinhos em vários Estados, incluindo na costa nordestina, disse via assessoria de imprensa que “não estava entre os compradores”.

O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, de soja e milho principalmente. O país é um importador líquido de trigo e busca a maior parte do cereal na Argentina, que não está sujeita a nenhuma tarifa, já que os dois países fazem parte do bloco comercial Mercosul.

Importações de trigo de outras origens de fora do Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, estão sujeitas a uma tarifa de 10%.

“O norte do Brasil não é tão próximo da Argentina, pensando sobre o frete. É comum que eles comprem trigo de outras origens. A maior parte da demanda e da população está nas regiões mais ao sul, onde o trigo argentino é competitivo”, disse David Hughes, presidente do grupo do setor de trigo da Argentina, Argentrigo.

A Argentina está na entressafra do trigo, o que provavelmente tornou o trigo russo mais competitivo, já que o país está atualmente colhendo o cereal.

 

Fonte: Reuters

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