Brasil comercializa mais de dois milhões de toneladas de soja 2020/21 na semana, com preços recordes nos portos

Apesar de o plantio da soja ainda estar ocorrendo em um ritmo mais lento e nem todos os estados estarem habilitados a plantar em função do vazio sanitário, o ritmo de negócios para a safra 2020/21 do Brasil voltou a se aquecer nesta semana. Os preços da oleaginosa alcançaram níveis recordes para exportação, e nos portos registraram cotações entre R$ 130,00 e R$ 132,00, segundo informação da Brandalizze Consulting.

Números apurados pela Agrinvest Commodities sinalizam vendas de mais de dois milhões de toneladas. “Essa semana, com a alta do dólar, o mercado trabalha com uma comercialização de 2% da safra, ou seja, de 2.5 a 2.6 milhões de toneladas”, disse Marcos Araújo, analista de da corretora.

“O volume é bem mais alto do que nas últimas semanas porque a comercialização estava bem calma”. Segundo o consultor, os preços recordes foram motivados, principalmente, pela alta do dólar, que voltou a operar acima dos R$ 5,50 nos últimos dias, chegando a ser negociado acima de R$ 5,62 nesta quinta-feira.

“Os preços são recordes e motivaram essa volta dos negócios. Participou quem não estava tão vendido, quem já evoluiu bastante com a comercialização não esteve tão presente nesta semana”, indicou o analista Vlamir Brandalizze. Ele acredita que há cerca de 60 milhões de toneladas de soja da safra 2020/21 já comprometidas com a comercialização.

Vendas para a China

Ainda segundo o especialista, a maior parte deste volume, é claro, tem a China como principal destino. E a nação asiática continua acompanhando a oferta brasileira, mas sabe que, neste momento, a norte-americana é mais competitiva em termos de preços e vai se ajustando aos bons momentos.

O comportamento já havia sido adiantado no dia do lançamento da Fase 1 do acordo comercial entre Washington e Pequim, com a nação asiática afirmando que faria suas compras aonde os preços fossem, de fato, mais competitivos e atrativos. E por isso já adquiriram, nos últimos dois meses e meio, mais de 11 milhões de toneladas da oleaginosa.

Câmbio

A questão cambial também é acompanhada e, como explicam os analistas e consultores, o dólar é, inclusive, um dos fatores de pressão sobre os contratos futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago. Há quatro pregões, as cotações da soja vêm registrando fortes quedas, parte disso motivada pela menor competitividade dos produtos norte-americanos, segundo os consultores.

Com a demanda forte, os prêmios para a soja da safra nova também registram bons valores e favorecem ainda mais a formação dos preços do produto brasileiro. Para fevereiro de 2021, de acordo com os números da Brandalizze Consulting, enquanto os compradores oferecem US$ 0,50 sobre as cotações da soja em Chicago, os vendedores já pedem US$ 1,20 sobre a CBOT.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Equipe SNA

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