Um dos principais produtores agrícolas do mundo, o Brasil é liderança no mercado internacional de algodão. Desde 2009, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores (MRE), promove, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um projeto de cooperação técnica com países africanos que integram o grupo e Cotton- 4: Benin, Burquina Faso, Chade e Mali. Recentemente, o Togo integrou-se ao projeto.
Os resultados da cooperação já causam impacto nas lavouras africanas e serão apresentados em uma reunião do Comitê Gestor do projeto, de 25 a 29 de abril, no Palácio do Itamaraty.
A sessão de abertura do evento ocorre na segunda-feira (25), às 16h, presidida pelo Secretário-Geral do MRE, Embaixador Sérgio Danese, com a participação dos embaixadores de países africanos parceiros do Brasil. Em seguida, será realizada uma mesa-redonda sobre a Cooperação Sul-Sul, os desafios de mensuração de resultados obtidos até agora e a construção de indicadores, além de uma avaliação do projeto.
Participarão ainda da cerimônia representantes das instituições de pesquisa do continente africano. “Pela primeira vez, também traremos os diretores das empresas algodoeiras que fazem a ponte entre extensionistas e produtores de algodão”, destaca Paula Silveira, analista da ABC responsável pela execução do projeto. “O envolvimento deles é essencial para tirarmos os resultados dos campos experimentais e levarmos para as lavouras.”
Parceria solidária
A expertise no assunto, as semelhanças climáticas e políticas e uma diplomacia baseada em parcerias solidárias fazem do Brasil o parceiro ideal para muitas nações em desenvolvimento que trabalham para aumentar e aprimorar a qualidade de sua produção algodoeira. Desde que iniciou a cooperação, o Brasil tem implementado nas atividades do projeto os princípios da horizontalidade – ações que investem na apropriação do conhecimento por parte de quem o recebe e beneficiam todos os envolvidos.
Desde que começou a compartilhar tecnologia em solo africano, o Brasil já contribuiu com diversas ações para melhorar a cultura cotonícola local. Um dos exemplos dessa operação bem-sucedida é a revitalização da Estação Experimental de Sotuba, em Bamako, capital do Mali. No local, foi montado o Centro Cotton-4, unidade-piloto com instalações adequadas à pesquisa e uma área experimental de cultivo que se tornou parada obrigatória das autoridades que visitam o país.
No campo das técnicas de melhoramento genético, cultivo do solo e manejo de pragas, a parceria entre Brasil e África já rendeu novas variedades de algodão que serão lançadas brevemente no mercado, graças ao cruzamento entre variedades brasileiras e africanas. A técnica agrícola de plantio direto também aumentou significativamente o volume da produção. Em campos experimentais, a produtividade do algodão quadruplicou. Antes, a média na região não passava de uma tonelada por safra; após a implementação da técnica, chegou a 4,5 toneladas.
Interação
Técnicos da Embrapa, parceira da ABC na execução do projeto, levaram vivências agrícolas brasileiras a 425 pesquisadores do continente africano e acabaram aprendendo também com as tradições locais. O conhecimento gerado em conjunto foi consolidado em uma série de publicações que reúnem saberes dos dois continentes.
Na segunda fase do projeto, que já está em andamento, o intuito é disseminar a informação para os pequenos produtores que estão na ponta da cadeia algodoeira, capacitar mão de obra e revitalizar laboratórios nos países parceiros, construir um banco de armazenamento coletivo de material genético, monitorar, avaliar e garantir a continuidade das lições aprendidas.
SERVIÇO
1ª REUNIÃO DO COMITÊ GESTOR DO PROJETO COTON-4 + TOGO
Abertura, apresentação de vídeo e mesa redonda
Segunda-feira (25/4), às 16h.
Auditório Wladimir Murtinho, no subsolo do Palácio do Itamaraty, Esplanada dos Ministérios.
Fonte: Assessoria de Comunicação/Agência Brasileira de Cooperação