Um resultado fruto de esforços conjuntos
O setor agropecuário brasileiro, que no ano passado exportou US$ 165,5 bilhões, assegurou mais de cem novos mercados em cinquenta nações diferentes para o setor, além de obter aprovação para que mais frigoríficos possam exportar produtos vendidos para a China. Isso assinala que tradicionais parceiros ampliaram as encomendas, baseados sobretudo na sólida reputação de segurança fitossanitária brasileira, em especial quando se trata de proteína animal.
Segundo o Ministério da Agricultura, a abertura do México para a carne suína nacional foi outra vitória de destaque; além disso, salientam-se a venda de algodão para o Egito, carnes bovinas e suína para Singapura, suco de açaí para a Índia; frango para Israel e Argélia; mamão para o Chile; arroz para o Quênia; pescados para Austrália, Egito e África do Sul; ovos para a Rússia; e café verde para a Zâmbia. Ainda de acordo com o MAPA, as prioridades, atualmente, são o Sudeste Asiático e os países africanos.
O impacto desses novos mercados na balança comercial ainda não é consensual entre estudiosos e autoridades, já que a busca por mais compradores tem sido constante há vários anos. Todos concordam, entretanto, que o país teve uma melhor avaliação em sua imagem no exterior, sobretudo no quesito de preservação e sustentabilidade, pelos quais os produtores tanto lutam. A atuação estratégica de diplomatas também é apontada como fator que contribuiu para os diálogos com potenciais parceiros.
Horizonte promissor para a continuidade do ano
Mas é importante citar que comércio internacional é jogo de mão dupla. Ou seja, para conquistar acesso tem de permitir também que outros países exportem para o Brasil. Essas concessões fazem parte das tratativas, assim como governo ouvir o setor privado para a definição das prioridades de missões internacionais. Essa interação tem sido importante para a construção das novas portas abertas.
Em 2024, como o Portal SNA mostrou, a presidência rotativa do G20 é ocupada pelo Brasil, que já sediou a reunião de chanceleres e irá, também, receber os chefes de estado e de governo do grupo, em novembro. Enquanto isso, grupos de trabalho já desenvolvem suas atividades, com a participação de entidades do setor privado dos países integrantes. A agropecuária, obviamente, é protagonista desses debates, tanto pela pujança produtiva brasileira quanto por sua posição estratégica na adoção de práticas sustentáveis.
Esse evento representa mais uma oportunidade de peso para construir novas parcerias, uma vez que proporciona um diálogo direto e muitas vezes presencial entre autoridades, gestores, dirigentes de classe e pesquisadores. Dessa forma, o investimento nacional em crescimento, com foco em protocolos sanitários rígidos, tecnologia e preservação ganha uma vitrine de divulgação única. O ano, então, se revela promissor pelas chances de mais acordos e pelos prognósticos de retomada dos patamares de safras após a redução que eventos climáticos acarretaram.
Por Marcelo Sá – jornalista/editor (MTb 13.9290)