O mês de outubro vem marcando interessante movimento de alta para o mercado físico do boi gordo. Essa situação é produto da ainda limitada oferta de confinados no mercado interno.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a demanda interna se aproxima do seu ápice, exigindo a preparação da indústria alimentícia. Nesse contexto, vale salientar que a estiagem nas regiões Centro-Oeste e Sudeste deve promover restrição na oferta de boi de pasto, que deve chegar ao peso ideal de abate de maneira tardia, apenas em 2015.
A situação sugere que o gado seja abatido com peso mais leve, a fim de amenizar o quadro que se desenha complicado até o momento. Com a nítida expectativa de oferta tardia em decorrência ao clima seco, há um quadro de altas intermitentes nas próximas semanas. Portanto, ao menos no curto prazo, há poucas possibilidades de queda.
A previsão de chuvas durante na próxima semana pode forçar o pecuarista a negociar o gado confinado, o que amenizaria a situação. Os frigoríficos iniciaram a semana apresentando abates irregulares. Operando abaixo da capacidade, ou seja, na tentativa de amenizar o quadro de restrição de oferta os frigoríficos reduzem a capacidade de abate diário na tentativa de uniformizar a programação semanal.
Essa estratégia não é adotada apenas pelos frigoríficos de menor porte. Até mesmo os frigoríficos maiores se veem obrigados a mudar sensivelmente sua carga de abates, em uma clara tentativa de amenizar o quadro de escassez de oferta. Nem mesmo o comportamento agressivo dos frigoríficos na compra de gado tem ajudado sinal que realmente há um quadro de oferta limitada.
A média semanal de preços (de 17 a 23 de outubro) em São Paulo foi de R$ 136,20. Em Mato Grosso do Sul, preço esteve em R$ 131,16. Em Minas Gerais, a arroba esteve em R$ 130,33. Em Goiás, a arroba esteve em R$ 129,00. Em Mato Grosso, o preço ficou a R$ 121,16.
Fonte: Agência Safras