Boi: Preços seguem firmes; abates são os maiores em 9 anos 

O suporte está atrelado à necessidade de garantir escalas por parte de alguns frigoríficos, sobretudo neste final de ano, quando muitos pecuaristas tendem a reduzir o ritmo de vendas – Imagem de stockking no Freepik

Boi

Os preços do boi gordo estão firmes nas praças acompanhadas pelo CEPEA. Na parcial de dezembro (até o dia 12), o Indicador CEPEA/B3 acumulava uma alta de 4,60%. Segundo pesquisadores do CEPEA, o suporte está atrelado à necessidade de garantir escalas por parte de alguns frigoríficos, sobretudo neste final de ano, quando muitos pecuaristas tendem a reduzir o ritmo de vendas.

As exportações de carne bovina in natura também estão aquecidas: fecharam a segunda semana de dezembro totalizando 64.870 toneladas, com embarque médio diário de 10.810 toneladas, 55,75% superior ao de dezembro/22, segundo a Secex.

O abate de bovinos este ano é o maior dos últimos nove anos no Brasil, indica o levantamento do CEPEA, em relatório antecipado ao Broadcast Agro. O CEPEA informou também que o abate de fêmeas (vacas adultas e novilhas) representou 42,30% do total, praticamente o mesmo percentual registrado em 2019, de 42,70%. A análise foi feita com base nos dados de abates do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De janeiro a setembro deste ano foram abatidos no Brasil 24.64 milhões de bovinos, ou 11,40% mais em relação ao mesmo período de 2022 e 19,70% superior à parcial de 2021. “Em números absolutos, foram 10.41 milhões de fêmeas (vaca ou novilha), 23,40% a mais do que no mesmo período de 2022, quando a participação das fêmeas era de 38%”, indicou o CEPEA.

Ainda segundo o CEPEA, o abate apenas de vacas adultas aumentou 20,30% de janeiro a setembro em relação ao mesmo período do ano passado e o de novilhas, 31,20%. “Neste ano, já foram abatidas 3.133 milhões de novilhas, o que representa 12,70% do total de bovinos”, indicou. “A título de comparação, de janeiro a setembro de 2019, foram 2.939 milhões, representando 12,03% do total.”

Um dos motivos pelo abate expressivo de novilhas, segundo o CEPEA, é que elas são “premiadas” em termos de preços pela qualidade e maciez da carne, chegando a receber o mesmo valor pago pela arroba do boi. “Além desse atrativo, ao se verem pressionados pela falta de chuvas (pastagens insuficientes) e por custos elevados de produção, muitos pecuaristas optam por comercializar animais mais jovens”, indicou o CEPEA.

O fato da percentagem de novilhas nos abates totais ultrapassar os dois dígitos pelo segundo ano consecutivo pode indicar, além de uma mudança estrutural na cadeia em termos de oferta de animais, um maior uso de tecnologias no aperfeiçoamento da produção, assim como na redução do ciclo produtivo.

Com aumento no abate de fêmeas e condições desfavoráveis à reprodução, o setor poderá sentir “falta” de bezerros entre 2025 e 2026. “Por um lado, isso representa uma oportunidade para pecuaristas de cria, mas, por outro, traz preocupação aos de recria e engorda e também para a economia, dado que a redução de oferta de carne tende a influenciar na inflação”, indicou o CEPEA no relatório.

Suínos

O poder de compra dos suinocultores paulistas vem aumentando em relação ao farelo de soja. Isso porque, enquanto os preços do animal vivo sobem, os do derivado estão em queda. Segundo pesquisadores do CEPEA, a valorização do suíno, registrada desde a segunda metade de novembro, se deve à maior demanda pela carne, sobretudo para atender ao período de fim de ano, o que leva frigoríficos a intensificarem as aquisições de novos lotes para abate.

Já quanto ao farelo, o movimento de queda nos preços está atrelado às desvalorizações externa e cambial, que afastaram demandantes do mercado spot nacional.

A pressão se deve também à melhora do clima em grande parte das regiões produtoras de soja no País. As recentes chuvas ocorridas no Cerrado brasileiro trouxeram um alívio aos produtores, permitindo o avanço do plantio da safra 2023/24.

Fonte: CEPEA
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