A disputa comercial entre Estados Unidos e China só traz prejuízos ao agronegócio brasileiro, avaliou há pouco o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Só atrapalha”, disse.
O ministro explicou que, com a escalada na guerra comercial, os preços dos grãos na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram, o que é ruim para o Brasil. Em contrapartida, a saída dos Estados Unidos do mercado chinês eleva o prêmio dos grãos brasileiros, o que, de certa forma, “equipara” os dois efeitos.
“Mas isso tem efeitos colaterais muito ruins”, avaliou Maggi. O primeiro deles é o encarecimento da produção de proteína animal, pois a soja brasileira tenderá a ficar mais cara do que a norte-americana. “Nossa produção de frangos e de suínos fica mais cara e vamos perder esse mercado para os Estados Unidos ou qualquer outro”, disse o ministro.
O risco, segundo ele, é de que o Brasil perca espaço no mercado de soja e no de proteína animal. Outro efeito é a perda de competitividade das esmagadoras de soja do Brasil, uma vez que os chineses só compram soja em grão. “Nossas fábricas vão perder para a Europa”, declarou. “É muito prejudicial, cria um ambiente muito ruim de negócios. O preço pode ser muito caro para o Brasil no futuro.”
Maggi fez essas afirmações ao chegar à Câmara dos Deputados. Ele deverá participar de reunião da Comissão de Agricultura para discutir as restrições à exportação de frango para a União Europeia. O encontro, marcado para as 14h, está atrasado porque os parlamentares ainda participam de outra reunião, que discute novas normas para os agrotóxicos.
Fonte: Broadcast Agro