Benchmarking: conheça a técnica que pode gerar mais competitividade para a apicultura

Técnica do benchmarking, que pode muito bem ser usada por apicultores, visa ao entendimento das melhores práticas de mercado e, a partir dessas referências, ajudar os empresários na tomada de decisões estratégicas. Foto: Divulgação Shutterstock

Como os empreendedores do setor apícola podem lidar com os desafios diários do negócio, que exigem muitas vezes soluções rápidas, sem gastar muitos recursos e perder competitividade? Uma técnica, que é bastante utilizada em outros segmentos da economia e que pode muito bem ser aplicada pelos apicultores, é o benchmarking, termo em inglês que representa um processo contínuo, que compara produtos, serviços e práticas entre concorrentes e empresas líderes.

O método visa ao entendimento das melhores práticas de mercado e, a partir dessas referências, ajudar os empresários na tomada de decisões estratégicas. Essa técnica é esboçada, em detalhes, no relatório produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O documento também destaca como alguns pequenos empresários do setor no país descobriram novas formas de aumentar a receita e desenvolver novos produtos.

É bom reforçar que o benchmarking não significa copiar ou imitar um concorrente, ou um processo. Na verdade, trata-se de uma forma de investigar como outras empresas atuam e como elas respondem a determinadas demandas do mercado. E o resultado são informações que geram aprendizado a partir de práticas consolidadas.

VANTAGENS

Entre as vantagens que um bom trabalho de benchmarking traz para a empresa estão: melhoria da qualidade organizacional, que ajude a ampliar a margem de lucro e a produtividade; aprendizado com os líderes de mercado.

Também auxilia na identificação de práticas e processos que podem ser melhorados na empresa; exposição dos profissionais a novas ideias; desenvolvimento de uma visão mais ampla sobre o mercado para os gestores da empresa.

Sabendo disso, como iniciar um processo de benchmarking no setor apícola?

PASSOS

O primeiro passo é o planejamento: identifique um ponto de sua empresa ou de seu processo produtivo que precisa ser aprimorado. O benchmarking deve ser a resposta para um desafio, a uma necessidade da empresa para ganhar competitividade. Portanto, defina desde o início que indicador será medido, quais as pessoas na empresa que estarão envolvidas e como serão coletadas as informações, que é o passo seguinte.

Procure as empresas de excelência do seu mercado e faça uma pesquisa sobre os pontos fortes, melhores práticas e também lacunas de desempenho para identificar oportunidades de como competir com estas líderes. Nesse momento, podem ser firmados parcerias e convênios com as empresas estudadas, para facilitar o processo.

ANÁLISE MINUCIOSA

Depois que os dados forem coletados, é preciso fazer uma análise minuciosa, que vai gerar propostas de melhoria de processos, produtos e práticas da empresa, com foco na melhoria de resultados econômicos, financeiros ou comerciais. Com base naquilo que foi identificado na etapa de análise, parte-se então para a proposta de ações para melhoria de desempenho.

Uma boa dica é usar a ferramenta 5W2h para o planejamento das ações: trata-se de um checklist de atividades, ao levantar informações como atividades, prazos, responsáveis, etc. Diante desse direcionamento, fica mais claro e eficiente obter aprovação da solução, implementar e fazer constantemente a verificação e atualização do plano.

CASOS DE SUCESSO

O apicultor Joaz Ferreira da Silva, de Ceará Mirim, do Rio Grande do Norte, produzia apenas mel e gerava cerca de R$ 3 mil por ano. Em busca de novas ideias para melhorar o rendimento, ele visitou algumas propriedades nos estados de Alagoas e Sergipe e percebeu, conhecendo estas empresas, que apenas produzir mel não seria a solução.

A partir de então, passou a descobrir e estudar um método de retirada do veneno da abelha guerreira que era praticada em países como China e Rússia. Foi assim que ele desenvolveu um coletor de plástico com eletrodos, inédito no país, que passou a vender por R$ 1,6 mil, junto com outros produtos como favo de mel em compota. A estratégia fez seu faturamento saltar para R$ 50 mil por ano.

IDEIA CRIATIVA

Outro caso de sucesso é do produtor Arimar Cordeiro Couto, que atua como apicultor há 40 anos e se profissionalizou há duas décadas. Experiente no mercado, ele notou que as vendas caiam muito entre o final do ano até meados de março. Diante desse cenário, ele teve a ideia de criar brindes corporativos, que seriam o carro-chefe da sua produção neste período de baixa.

Ele criou a marca Brinde Mel oferecendo potes personalizados para as empresas customizarem os kits, além de outros produtos como pães de mel, granola, torrada e pólen. A demanda foi mais alta do que imaginava e ele passou a vender os produtos em várias outras épocas do ano, como Páscoa, dia dos namorados e também para eventos corporativos. Com o crescimento, ele contratou uma empresa de marketing e se associou a outros produtores.

RECOMENDAÇÕES

Para os apicultores que se interessaram sobre a técnica de benchmarking, o SIS/Sebrae recomenda:

* O benchmarking não precisa utilizar somente exemplos de concorrentes, pois todos os negócios utilizam práticas de gestão. Amplie a pesquisa, e busque melhores práticas de outros setores. Conheça dez empresas que são exemplos de gestão e competitividade;

* O marketing digital pode ser utilizado pelos apicultores como forma de posicionar no mercado. Com tais estratégias, a empresa ganha mais visibilidade no ambiente online, e amplia a divulgação de produtos e serviços. Para saber dicas para explorar esse mundo digital, acesse o relatório produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial sobre o assunto;

* Um passo que viabiliza o aprendizado para definição das estratégias do benchmarking, e a formação de parcerias com outras empresas e empresários. A participação em feiras e eventos do setor facilita essa aproximação. Para saber quais são os próximos eventos de apicultura, acesse o calendário do Sistema de Inteligência Setorial.

Fonte: SIS/Sebrae com edição d’A Lavoura

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