O Banco do Brasil vai aumentar em 23% o crédito rural disponibilizado a produtores e cooperativas para a safra 2015/16, totalizando R$ 90.5 bilhões, informou a instituição nesta quarta-feira, destacando que espera eficiência no repasse dos recursos imediatamente.
“Se houver demora em um ou outro caso, evidente que a gente tem que analisar caso a caso. Mas na média, o Banco do Brasil disponibiliza muito rápido”, afirmou o vice-presidente de Agronegócios do BB, Osmar Dias.
Em meados de junho, produtores rurais ainda reclamavam da falta de acesso aos recursos do Plano Safra 2015/16, anunciado pelo governo federal no início daquele mês.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso chegou a dizer que espera mais entraves na análise dos pedidos de financiamento nas agências bancárias e redução nos limites, tendo em vista o cenário de crédito mais apertado no País.
Dos R$ 90.5 bilhões previstos pelo Banco do Brasil para crédito rural a produtores e cooperativas, as operações de custeio e comercialização receberão R$ 66.9 bilhões, sendo R$ 57.9 bilhões a juros controlados, disse o banco em apresentação em Brasília, nesta quarta-feira.
Dias pontuou que, nesse caso, as taxas dependem do porte do requerente, indo de 2% a 8,75%, com juros mais altos aplicados aos grandes produtores. O executivo do BB não fez previsão para a taxa que vigorará para os R$ 9 bilhões que serão disponibilizados a juros livres.
“Depende evidentemente de cada produtor e do momento em que estiver tomando. Taxa tem que ser calculada pela área de finanças do banco”, disse.
Aos produtores e cooperativas, o BB também destinará a juros controlados 23.6 bilhões em crédito de investimento agropecuário.
Já para as empresas da cadeia do agronegócio, serão disponibilizados R$ 20 bilhões contra cerca de R$ 18.5 bilhões na última safra, mas a juros livres.
Com isso, o BB disponibilizará no total R$ 110.5 bilhões na safra 2015/2016, montante considerado “muito bom” por Dias diante do cenário de ajuste fiscal no País.
“Num momento em que se esperava corte de recursos e uma alta significativa dos juros, creio que estamos ofertando através do Banco do Brasil, da nossa rede, um Plano Safra muito bom”, afirmou.
O executivo pontuou, entretanto, que o BB não enxerga ampliação da sua fatia no mercado de crédito rural este ano.
“A gente sempre mantém a nossa participação no mercado entre 60% e 65%. É o que esperamos.”
O governo elevou em 20% os recursos do Plano Safra 2015/16 na comparação com o programa anterior, calcado principalmente em maior disponibilidade de financiamentos com juros livres de mercado, apontando para um sensível aumento de custos dos produtores.
O novo plano, que atende basicamente médios e grandes produtores, prevê um recorde de R$ 187.7 bilhões em financiamentos contra R$ 156.1 bilhões em 2014/15, com alta nos recursos de custeio e comercialização e queda nos empréstimos para investimentos.
No fim de junho também foram anunciados pelo governo os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que terá R$ 28.9 bilhões em crédito para a safra 2015/16, aumento de 20% em relação ao valor destinado aos pequenos agricultores na safra passada.
Fonte: Reuters