Base da economia no Sul de Minas, café movimenta R$ 7 bilhões ao ano

O café é de longe a base da economia do Sul de Minas. De todo o café produzido no Brasil, cerca de 30% ou quase 1/3 da produção sai das lavouras do Sul e Sudoeste de Minas. Mais do que uma bebida que é cada vez mais apreciada no Brasil e no mundo, o café é um negócio rentável, que anualmente gera uma renda bruta de aproximadamente R$ 7 bilhões, somente na produção. Gera, ainda, cerca de 300.000 empregos diretos, somente na lavoura, conforme dados da Fundação Procafé.

“O diferencial da região do Sul de Minas para a produção de café está no seu clima e na topografia adequados, além da boa infraestrutura de apoio existente, em termos de assessoria técnica, meios de comunicação e transporte facilitados, disponibilidade de insumos próximos, de estrutura de comercialização, etc.”, disse o engenheiro agrônomo pesquisador da Fundação Procafé, José Braz Matiello.

Fatores que, conjugados, favorecem a produtividade e a qualidade do grão que vem do campo. “A condição de relevo predominantemente plano- ondulado favorece a mecanização dos tratos e o clima chuvoso no verão e frio e seco no inverno, no período de colheita, condiciona produtividades altas e boa qualidade dos cafés produzidos, com padrões de bebidas finas”, disse Matiello.

O café é produzido em cerca de 80% dos municípios do Sul de Minas, que dependem em parte ou totalmente da cultura. Desses, 14 figuram entre os 50 que mais produzem café no país. Três deles estão entre os cinco que mais produzem em Minas Gerais. Nova Resende (MG), por exemplo, segundo dados do IBGE, é o 2º maior produtor do Estado, só perde para Patrocínio (MG) e o 8º maior produtor do País. Três Pontas, Boa Esperança e Campestre também aparecem entre os 20 maiores produtores do País.

Além de gerar renda, o café também funciona como estabilizador da economia regional. Nos dois últimos anos, enquanto o Brasil enfrentou uma grave crise financeira, os produtores comemoraram anos de boas safras e preços que passaram dos R$ 500,00 a saca, como há muito não se via. Se a indústria e o comércio demitiram, a agropecuária manteve o nível de empregabilidade, graças à cultura do café.

“Se não tivesse o café hoje, não tem jeito de falar, mas estaria numa situação bem complicada, apesar da crise que teve, o café ano passado foi muito bem obrigado, acabou segurando, porque o setor cafeeiro não demite como os outros setores. Ele mantém o nível de empregos, os armazéns mantêm os funcionários, as empresas mantêm, ele não é sazonal como os outros setores. No ano passado ele segurou a crise na região”, disse Archimedes Coli Neto, presidente do Centro do Comércio de Café de Minas Gerais.

 

Fonte: G1

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