A balança comercial teve superávit de US$ 7.195 bilhões em junho e elevou para US$ 36.219 bilhões o saldo positivo acumulado neste ano. Ambos os resultados são os melhores para o mês e para o primeiro semestre, respectivamente, desde que série histórica foi iniciada em 1989.
Em junho, a média diária de exportações registrou crescimento de 23,9% sobre igual período do calendário anterior, atingindo US$ 19.788 bilhões. Na primeira metade do ano, o valor total das vendas alcançou US$ 107.714 bilhões e mostrou aumento de 19,3% na comparação com o primeiro semestre de 2016, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
As compras no exterior também registraram expansão, mas bem mais modesta. No sexto mês de 2017, a média diária de importações subiu 3,3% sobre junho do ano passado para US$ 12.593 bilhões. No primeiro semestre, as importações acumuladas chegaram a US$ 71.495 bilhões, ampliação de 7,3% sobre o total verificado de janeiro a junho de 2016.
PRODUTOS BÁSICOS
Os números mostram ainda que houve alta nas exportações de produtos básicos (28,5%), semimanufaturados (28,2%) e manufaturados (16,1%).
No grupo de produtos básicos, na comparação com junho de 2016, cresceram as vendas principalmente de milho em grão, petróleo em bruto, minério de ferro, carne suína, fumo em folhas, soja em grão e carne bovina, entre outros. No setor de semimanufaturados, houve alta nas exportações de ferro fundido, açúcar em bruto, celulose, semimanufaturados de ferro e aço e madeira serrada, entre outros itens.
Por último, no grupo de manufaturados, cresceram as vendas, sobretudo, de tubos flexíveis de ferro e aço, torneiras e válvulas, máquinas para terraplenagem, laminados planos e veículos de cargas.
IMPORTAÇÕES
As importações, por sua vez, totalizaram US$ 12.593 bilhões em junho, um aumento de 3,3% sobre o mesmo mês de 2016, pela média diária. De acordo com os dados do MDIC, cresceram as compras de combustíveis e lubrificantes, bens intermediários e bens de consumo. Por outro lado, retrocederam as importações de bens de capital.
No grupo de combustíveis e lubrificantes, o crescimento ocorreu principalmente pelo aumento de óleo diesel, gasolina, carvão, gás natural e querosene de aviação. No segmento de bens intermediários, aumentaram as aquisições de itens como nafta para petroquímica, álcool etílico, partes para aparelhos receptores e adubos.
No segmento de bens de consumo, os principais alimentos foram observados nas importações de produtos imunológicos, medicamentos, automóveis, frações de sangue, uísques, cobertores e produtos de beleza, entre outros.
No que diz respeito aos bens de capital, retrocederam as compras, principalmente, de fornos não elétricos, fornos industriais, aparelhos para depurar gases, elevadores para transportar mercadorias, trocadores de calor, quadros de energia e transformadores.
PETRÓLEO
Historicamente deficitária, a conta-petróleo foi uma das responsáveis pelo superávit recorde da balança comercial no primeiro semestre deste ano. De janeiro a junho, o país teve saldo positivo de US$ 3.334 bilhões no conjunto de operações com petróleo e derivados. No mesmo período do ano passado, o resultado foi um déficit de US$ 957 milhões.
Um substancial aumento das exportações brasileiras no setor garantiu a melhoria do indicador. Os embarques de petróleo bruto e combustíveis aumentaram 106,4% no primeiro semestre, ou seja, mais do que dobraram e atingiram a marca de US$ 11.584 bilhões.
As compras de petróleo e derivados também subiram, mas em ritmo muito menos intenso: tiveram expansão de 25,6% neste ano, no acumulado até junho, chegando a US$ 8.250 bilhões.
Fonte: Valor Econômico