A produção, o fluxo e o abastecimento entre os principais setores continua acontecendo normalmente, uma vez que o agronegócio se inclui entre os serviços essenciais determinados pelo governo. No entanto, a preocupação dos principais mercados agropecuários agora é a demanda. Com milhares de pessoas em isolamento social por conta do coronavírus, o consumo está limitado e pode trazer prejuízos a diversos setores do campo de flores a carnes.
Entre os alimentos, logo que as primeiras orientações de quarentena foram dadas pelas autoridades, houve uma corrida por compras acima do normal de itens da alimentação básica dos brasileiro, como arroz, feijão, café, açúcar e algumas proteínas. No entanto, representantes dos setores afirmam que trata-se algo “fora da curva normal” de comportamento, refletindo apenas as preocupações com os desdobramentos da pandemia.
Assim, as principais cadeias produtivas buscam alinhar suas atividades e pleiteiam uma revisão nas medidas do governo de forma que o consumo não seja afetado.
“A paralisação total das atividades é prejudicial para a economia do país. Devemos priorizar salvar vidas, proteger os idosos, mas a população economicamente ativa, mais jovem, não faz sentido que continue nessa paralisação total”, diz o presidente da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), Péricles Salazar.
A SNA (Sociedade Nacional da Agricultura) também levantou as condições sobre o consumo interno de alguns setores e, de acordo com o Prof. Dr. Marcos Fava Neves, um de seus diretores, “os setores sucroenergético, de produção de flores e algodão, e hortícola (incluindo produtos orgânicos) são os primeiros mais afetados”.