Os preços de serviço de transporte de grãos praticados nas principais rotas do país registraram alta em sua maioria, com exceção do Paraná, onde a demanda por fretes foi negativa em maior parte. A elevação é influenciada, principalmente, pelo avanço da colheita do milho 2ª safra. A análise consta no Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta semana.
No Centro-Oeste, na comparação com o mês anterior, os preços para serviço de transporte de grãos em jul/24, com origem no Distrito Federal registraram variações positivas em todas as praças pesquisadas, com destaque para as rotas de Osvaldo Cruz, em São Paulo, e Imbituba, em Santa Catarina. Os incrementos nas cotações foram motivados sobretudo pela maior disponibilidade de frete, principalmente de milho. Em Mato Grosso, as remoções agrícolas em julho apresentaram variações discretas em relação ao mês anterior na maioria das praças acompanhadas. Com a colheita da segunda safra do cereal bastante avançada atingindo quase 70% da área, as remoções direcionadas ao mercado interno tiveram papel importante no período.
As cotações para movimentação de grãos a partir de Mato Grosso do Sul também ficaram mais caras em julho, pelos mesmos motivos de colheita do milho segunda safra, necessidade de abertura de espaço nos armazéns e demanda por soja aquecida. Já em Goiás, a demanda pelo serviço de transporte de grãos na região de Rio Verde, apresentou-se relativamente baixa, principalmente em razão das chuvas na região dos portos da Baixada Santista, que atrapalhou os carregamentos, de acordo com as fontes.
Na Região Nordeste, no Maranhão, a alta no preço do diesel em julho também pode ter influenciado no aumento de preços do serviço, aliada a oferta de fretes para transporte de sorgo e milheto para outros estados. Na Bahia, o fluxo logístico com o transporte de grãos e fertilizantes foi intenso em jul/24, com altas nos preços para a remoção e no volume transportado, em relação ao mês anterior. No Piauí, o mercado de fretes continuou bastante aquecido durante julho, com registro de forte demanda por transporte e impacto nos preços das principais rotas de movimentação de cargas do agro no estado. Na média, o aumento nos valores ficou em cerca de 11% em comparação ao mês passado.
Quanto à Região Sudeste do país, o Boletim destaca que, em Minas Gerais, a exportação do agro cresce a cada mês, mesmo mantendo armazenado um grande volume de soja sem comercialização. Muitos produtores aguardam a melhoria nas cotações para incrementar o volume de vendas. Essa espera fará com que o setor siga aquecido ao longo de todo o segundo semestre podendo, inclusive, ser reforçado pelo aporte de embarques de milho, cuja comercialização e volume exportado em relação ao ano passado não ultrapassam 50% da produção. Já em São Paulo, o mercado de fretes continuou aquecido durante julho, com a maioria das praças apresentando fortes altas, enquanto cinco praças apresentaram leve queda. Esse aumento se deve ao incremento na demanda, puxada pelo transporte de milho e arroz, além do aquecimento na indústria da construção civil.
Já no Sul, o comportamento não seguiu a tendência nacional. No Paraná, os fretes para os grãos, em jul/24, tiveram variação negativa em todas as praças pesquisadas, com exceção de Ponta Grossa, que teve incremento.
O Boletim Logístico da Conab traz ainda informações sobre as exportações de milho, soja e farelo de soja, além da movimentação de estoques da Conab, realizada por transportadoras contratadas via leilão eletrônico. O periódico mensal coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra.