Aumenta a dependência de estradas para exportar grãos

O agronegócio brasileiro depende hoje um pouco menos das estradas do que dependeu no passado. Ainda assim, nas exportações, principalmente de soja e milho, o peso da matriz rodoviária tem crescido no país.

A constatação é de um estudo feito em conjunto pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (EsalqLog), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Na soja, a dependência do transporte rodoviário caiu de 74,70% em 2010 para 67,40% em 2019. Em contrapartida, a movimentação por ferrovias cresceu de 20,20% para 24%, enquanto a movimentação hidroviária passou de 5,10% para 8,60% no período.

Quando se fala apenas de exportações de soja, no entanto, a participação do modal rodoviário subiu de 44,70% (2010) para 49,10% (2019). No mesmo período, o uso de ferrovias caiu de 47% para 38,30% e o de hidrovias cresceu de 8,30% para 12,60%.

No caso do milho, o estudo mostra que os caminhões enviaram a maior parte do grão da fazenda para os principais destinos (doméstico e portos), respondendo por quase 69% dos movimentos totais em 2019. As participações de ferrovias e hidrovias foram de 21% e 10%, respectivamente.

A participação das rodovias no transporte de milho caiu de 83,80% em 2010 para 69,20% em 2019. Mas, nas exportações do cereal, a dependência do transporte rodoviário subiu de 20% para 31%, enquanto a das hidrovias passou de 2,50% para 19,50%. O peso das ferrovias, por sua vez, diminuiu de 77,50% para 49,50%.

Segundo o levantamento, a distância média percorrida por um caminhão para levar soja e milho das fazendas para qualquer destino que não seja os terminais ferroviários e de barcaças é de 357 quilômetros. As ferrovias transportam milho a uma distância média de 1.258 quilômetros e a soja, por 1.047 quilômetros.

O estudo foi conduzido pelo pesquisador e coordenador técnico da EsalqLog, Thiago Guilherme Péra, pelo professor José Vicente Caixeta-Filho, coordenador geral do grupo, e pela economista sênior do Agricultural Marking Service do USDA, Delmy L. Salin.

 

Fonte: Valor

 

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