Ataques cibernéticos no agro: Quais impactos e como se proteger

Um ataque cibernético pode comprometer sistemas de irrigação automatizada, interromper a cadeia de suprimentos ou até causar prejuízos milionários em operações de exportação – Foto: Canva

A utilização de novas tecnologias no agronegócio com o uso de sensores, drones, inteligência artificial, softwares de gestão e internet das coisas (IoT) no campo tem contribuído, substancialmente, para o desenvolvimento deste setor. Entretanto, esta transformação digital acarreta entraves como riscos cibernéticos cada vez mais complexos.

Diante deste cenário, a cibersegurança no agro deve ser bastante considerada, uma vez que propriedades rurais e empresas do setor lidam, diariamente, com grandes volumes de dados sensíveis, informações sobre safras, estoques, logística, contratos comerciais e dados financeiros. Um ataque cibernético pode comprometer sistemas de irrigação automatizada, interromper a cadeia de suprimentos ou até causar prejuízos milionários em operações de exportação.

“A cultura de segurança digital precisa ser disseminada desde o pequeno produtor até grandes conglomerados do agro”, disse Marcelo Branquinho.

Tipos mais comuns de ataques

De acordo com Marcelo Branquinho, CEO da TI Safe, empresa brasileira especializada em segurança cibernética de sistemas críticos, os ataques mais comuns no agronegócio incluem o ransomware, que sequestra dados e sistemas, exigindo um pagamento para que o acesso seja restabelecido; o phishing, com o envio de e-mails ou mensagens falsas para enganar os usuários e obter informações confidenciais, a exemplo de senhas e dados bancários; e os ataques a dispositivos de IoT (Internet das Coisas), que visam sistemas automatizados usados nas fazendas, incluindo sensores, tratores inteligentes e drones.

“Também são frequentes os vazamentos ou roubos de dados estratégicos e informações sobre colheitas, contratos e logística, além de ataques de negação de serviço (DDoS), que sobrecarregam sistemas e os deixam temporariamente indisponíveis”, reforçou Marcelo Branquinho.

Impactos

Ainda segundo o CEO da TI Safe, alguns ataques cibernéticos podem causar impactos profundos e duradouros, principalmente, em um setor que movimenta bilhões e é essencial para a segurança alimentar mundial.

“A paralisação de sistemas automatizados pode interromper o funcionamento de máquinas, afetar o controle de irrigação e comprometer a colheita ou o armazenamento de produtos. Financeiramente, há prejuízos com perda de produção, custos de recuperação, pagamento de resgates e até rompimento de contratos comerciais”.

O especialista em segurança cibernética disse ainda que o vazamento de dados sensíveis pode comprometer a confiança de parceiros e clientes, prejudicando a reputação da empresa e provocando perdas estratégicas de mercado. Em cenários mais graves, a interrupção prolongada das operações pode afetar a cadeia de suprimentos, contribuindo para o desabastecimento e até colocando em risco a segurança alimentar.

Como se proteger

Para se proteger de ataques cibernéticos, os produtores devem investir em medidas preventivas e boas práticas de segurança digital, como defende Marcelo Branquinho. “Isso inclui manter todos os sistemas e softwares atualizados com os patches de segurança mais recentes; utilizar antimalware, firewalls e autenticação em dois fatores para proteger o acesso a dados e sistemas; além de treinar as equipes para que saibam identificar tentativas de fraude, como e-mails de phishing”.

Para ele, também é essencial realizar backups regulares das informações críticas, armazenando-os em locais seguros e fora da rede principal. “Dispositivos de IoT devem ser protegidos com senhas fortes, atualizações constantes e segmentação da rede, para evitar que uma invasão comprometa todo o ambiente digital. Por fim, contar com o apoio de empresas especializadas em cibersegurança pode garantir monitoramento constante e respostas rápidas a qualquer incidente”, concluiu.

Por Larissa Machado / larissamachado@sna.agr.br
Com o apoio da Assessoria de Comunicação da TI Safe
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