As menores vendas de máquinas desde 2007

As vendas de máquinas agrícolas no mercado doméstico aparentemente estão bem próximas do fundo do poço. Houve mais uma queda considerável em novembro e ninguém espera qualquer reação expressiva em dezembro, mas a indústria já trabalha com a perspectiva de alguma estabilidade no primeiro semestre de 2016, e os mais otimistas começam a acreditar em uma recuperação mais palpável na segunda metade do ano que vem.

Segundo dados divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias totalizaram 2.131 unidades no mês passado, com quedas de 43,4% em relação a outubro e de 59,5% na comparação com novembro de 2014. Com isso, nos primeiros 11 meses de 2015 o total de tratores e colheitadeiras comercializados chegou a 42.775 unidades, retração de 33,7% sobre igual intervalo do ano passado e menor nível desde 2007.

As exportações também não estão ajudando muito, apesar de terem apresentado alguma reação. Atingiram 1.103 unidades em novembro, 49,9% mais que em outubro e 4,8% acima de novembro de 2014, mas o patamar segue baixo. A produção, assim, continuou em queda e alcançou 54.397 unidades nos primeiros 11 meses deste ano, 30,8% abaixo do mesmo período de 2014. O mesmo aconteceu com o número de pessoas empregadas pelo segmento, que caiu para 15.736 no mês passado, 16,3% menos que há um ano.

“Ainda é a crise de confiança [contaminada pela crise política] que inibe a decisão do produtor de investir”, afirma Ana Helena Correa de Andrade, vice-presidente da Anfavea responsável pelo segmento de máquinas agrícolas.

Mesmo que o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff possa provocar mais turbulências e provocar um desestímulo até maior a investimentos no curto prazo, Ana Helena lembra que o Moderfrota [programa do governo federal com juros subsidiados] está operando normalmente e que os resultados poderão melhorar a partir de janeiro.

“Com estabilidade nas regras de financiamento, poderemos estancar a sangria no primeiro semestre de 2016 e depois iniciar um novo ciclo de crescimento”, afirmou a executiva. Paralelamente, as companhias do segmento têm lançado mão de ferramentas alternativas para estimular as vendas, como prazos de pagamento mais longos que o normal e até operações de barter.

 

 

Fonte: Valor Econômico

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp