Em junho, os preços mundiais registraram altas duas vezes mais fortes em relação ao mês anterior, que havia marcado o maior aumento mensal desde meados de 2014. Os preços tailandeses continuam impactando as tendências internacionais. Os preços vietnamitas também deram um salto significativo. Em contraste, os mercados nos EUA, Índia e Paquistão tiveram altas moderadas.
As tendências altistas se devem à diminuição das disponibilidades de exportação e à reativação da demanda dos países importadores asiáticos, que buscam reconstruir seus estoques de segurança. A demanda do Oriente Médio e da África subsaariana também pesam sobre o comércio mundial, que deve aumentar 6% em relação a 2016. Desde já, os exportadores asiáticos apontam avanços confortáveis nas suas vendas externas em relação ao ano anterior, na mesma época.
Em junho, o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) subiu 14,5 pontos para 208,6 pontos (base 100 = janeiro de 2000) contra 194,1 pontos em maio. No início de julho, o índice IPO tendia a cair para 206 pontos.
Produção e Comercio Mundiais
De acordo com a FAO, a produção global em 2016 aumentou 1,6% para 750 milhões de toneladas de arroz em casca (500 milhões de toneladas base beneficiado) contra 740 milhões de toneladas anteriormente. Este aumento se deve, principalmente, ao aumento das áreas semeadas, que se beneficiaram de condições climáticas normais graças a chuvas abundantes, especialmente no sul da Ásia. Já no Sudeste Asiático e nas regiões orientais, os resultados foram fracos, principalmente na Indonésia, Vietnã e China.
Na África, as colheitas foram satisfatórias em quase todo o continente, exceto nas regiões do Sul, onde as culturas foram afetadas pela seca causada pelo El Niño. Esta anomalia climática também impactou a produção na América Latina e no Caribe. No Mercosul, as colheitas foram, em geral, boas neste ano, especialmente no Brasil, onde a produção cresceu 14%. A produção norte-americana pode diminuir em 2017 devido a uma redução nas áreas de cultivo de arroz.
Em 2016, o comércio mundial diminuiu 7% para 41.6 milhões de toneladas. Este é o volume mais baixo dos últimos cinco anos, uma consequência da redução da demanda asiática e do escasso crescimento da demanda africana. Do lado da oferta, todos os exportadores foram afetados pela redução do comércio global, exceto Tailândia e Paquistão, onde as exportações se
mantiveram relativamente estáveis. Segundo as últimas projeções, o comércio mundial em 2017 deve aumentar 6%, superando 44.2 milhões de toneladas.
No entanto, esse nível seria inferior ao recorde de 45.5 milhões de toneladas em 2014. Os estoques mundiais de arroz no fim de 2016 teriam diminuído 2% para 171 milhões de toneladas. A contração afetou principalmente Índia e Tailândia, onde as autoridades públicas continuam liquidando seus estoques antigos. Em 2017, as reservas globais poderiam permanecer estáveis, em torno de
171 milhões de toneladas; um nível considerado confortável, equivalente a um terço do consumo mundial.
Atualidade do mercado mundial
Na Tailândia, mais uma vez, os preços do arroz subiram significativamente, acumulando uma alta de 20% nos últimos dois meses. É o maior aumento observado desde meados de 2014. A demanda externa segue ativa e as disponibilidades de exportação continuam caindo. O governo continua oferecendo seus antigos estoques para usos industriais. Estes poderiam desaparecer completamente, antes da chegada da nova safra, a partir do último trimestre do ano.
Em junho, as exportações ficaram ao redor de 1 milhão de toneladas, contra 750.000 toneladas em maio, avanço de 8% sobre o ano anterior, no mesmo período. Em 2017, as exportações totais poderiam oscilar entre 10.5 e 11 milhões de toneladas. Em junho, o Tai 100% B subiu para US$ 451,00 a tonelada Fob contra $ 408,00 em maio. O Tai parboilizado também se valorizou fortemente para $ 450,00 de $ 406,00. O arroz quebrado A1 Super aumentou 7% para $ 348,00 de $ 324,00 em maio. No início de julho, os preços tendiam a cair.
No Vietnã, os preços do arroz saltaram de 12% em um mês. As vendas externas subiram fortemente para 700.000 toneladas contra 550.000 toneladas no mês anterior. No primeiro semestre do ano, as exportações vietnamitas atingiriam cerca de 3 milhões de toneladas, avanço de 15% em relação a 2016, na mesma época. A demanda asiática se mostra ativa, uma vez que os países importadores buscam reconstituir os estoques de segurança. Em junho, o Viet 5% subiu para $ 410,00 a tonelada de $ 362,00 em maio. O Viet 25% subiu para $ 375,00 de $ 342,00. No início de julho, os preços tendiam a diminuir ligeiramente.
Na Índia, os preços externos tiveram aumentos moderados em relação a outros concorrentes asiáticos. As disponibilidades de exportação se retraíram, mas as perspectivas de colheita em 2017 se anunciam promissoras graças a boas condições climáticas. A produção arrozeira pode aumentar 4% para um recorde de 108 milhões de toneladas (arroz beneficiado). Em junho, o arroz indiano 5% subiu para $ 409,00 a tonelada de $ 396,00 em maio. Já o arroz indiano 25% se manteve estável a $ 366,00. No início de julho, os preços permaneciam estáveis.
No Paquistão, os preços de exportação se mantiveram firmes, revalorizando em média 3%. As exportações estão progredindo lentamente e as perspectivas de vendas para 2017 indicam uma contração de 7% a 4 milhões de toneladas contra 4.3 milhões de toneladas em 2016. Em junho, o Pak 5% foi cotado a $ 433,00 a tonelada de $ 418,00 em maio. No início de julho, os preços se mostravam firmes.
Nos Estados Unidos, os preços de exportação aumentaram 5% em um mês. As vendas externas têm diminuído, atingindo cerca de 265.000 toneladas contra 275.000 toneladas em maio. Em junho, o México foi novamente o principal destino para o arroz dos EUA. As vendas também progridem para a África Ocidental, Coréia do Sul e Japão. O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi cotado a $ 500,00 a tonelada contra $ 477,00 em maio.
Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz paddy foram revalorizados em 8,4% marcando uma média mensal de $ 252,00 a tonelada contra $ 232,00 em maio. No início de julho, os preços futuros seguiam firmes em torno de $ 262,00 a tonelada. No Mercosul, os preços externos subiram 2% em um mês. Globalmente, a produção de arroz aumentou graças aos bons rendimentos, especialmente no Brasil e no Uruguai, onde níveis históricos são anunciados. Em vez disso, a colheita na Argentina caiu devido a uma redução nas áreas plantadas.
No Brasil, as exportações têm um atraso de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em junho, o preço indicativo do arroz em casca no Brasil se manteve relativamente estável em $ 242,00 a tonelada. No início de julho, o preço do arroz em casca permanecia estável em $ 244,00. Na África Subsaariana, a produção de arroz teria aumentado 3% em 2016, graças a uma expansão das áreas arrozeiras e uma boa quantidade de chuvas, especialmente na África Ocidental. As ofertas nos mercados nacionais têm sido abundantes e as importações permaneceram relativamente estáveis, atingindo um dos mais baixos níveis de importação nos últimos cinco anos.
A redução das importações foi significativa, sobretudo nos principais importadores (Nigéria, Costa do Marfim e Senegal). No entanto, as primeiras projeções para 2017 indicam um aumento de 2% das importações africanas de arroz.
Fonte: Infoarroz