Argentina desenvolve soja resistente a herbicidas não transgênica

A startup argentina Bioheuris desenvolveu uma variedade de soja resistente a herbicidas que por utilizar o método de edição genômica, não é considerada um organismo geneticamente modificado (OGM) pelas autoridades regulatórias do país vizinho. Segundo os seus criadores, a chamada “Super Soja” possui resistência a três modos de ação diferentes de controle de plantas daninhas.

“Basicamente, o que fazemos é modificar a proteína sobra a qual atua o herbicida, com o que obtemos resistência”, disse Carlos Pérez, gerente-geral da Bioheuris. A startup tem apenas dois anos de atividades e é sediada em Rosario, que já vem sendo apontada por muitos com o “Vale do Silício” da biotecnologia argentina.

Segundo o engenheiro agrônomo Javier Preciado Patiño, a novidade mostra que a agricultura “vai deixando para trás a era da transgenia para avançar com tudo no que é a ultima palavra em tecnologia: a edição genômica”, chamada também de CRISPR, do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats.

No Brasil, ainda não há uma posição oficial se essa técnica configura um transgênico ou não. Trata-se de modificar a estrutura genética de um vegetal para conferir-lhe um novo atributo sem a necessidade de introduzir material genético de outra espécie. É precisamente essa característica que diferencia a tecnologia dos OGMs, e que provoca uma discussão em todo o mundo.

Segundo os sócios da Bioheuris, os engenheiros agrônomos Lucas Lieber e Rinaldo Gosparini, a chave é a manipulação das nucleases, que são as enzimas que permitem “editar” o genoma da soja. A técnica se baseia em modificar o DNA da soja para resistir aos herbicidas em um bom germoplasma (que suporte essa modificação) e moléculas herbicidas adequadas para controle de daninhas.

“Estimamos que para que este cultivar chegue ao mercado demandará de cinco a seis anos”, disse Pérez.

 

Fonte: Agrolink

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