A área dedicada à soja na Argentina na temporada 2016/17 deverá cair até 4%, pelo forte avanço das lavouras de milho, uma das culturas mais beneficiadas pelas políticas governamentais do presidente Mauricio Macri, disseram especialistas do setor.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, a principal cultura do país, mas o plantio de milho deverá crescer após Macri eliminar um imposto de 20% nas exportações de cereais.
A taxa sobre a soja, no entanto, só caiu 5%, para 30%, e deverá continuar caindo nos próximos três anos.
“A soja tem ficado bastante encurralada com estes níveis de retenções (impostos exportação). Nós não vemos isso como algo justo”, disse o presidente da câmara setorial Acsoja, Rodolfo Rossi.
O milho compete com a soja em área plantada, e a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou que a área com o grão vai crescer 25% na campanha 2016/17, para 4.5 milhões de hectares.
“Se houver mais área de milho, isso sai da soja de maneira direta”, disse Rossi, estimando que a área de soja pode cair até 500.000 hectares, para 19.7 milhões de hectares.
Em linha com a previsão da Acsoja, o diretor da consultoria Agritrend, Gustavo Lopez, disse que pode haver uma redução de até 4% da área plantada com soja, para 19.3 milhões hectares.
O governo da Argentina também eliminou o imposto de exportação de trigo, impulsionando a área plantada com o cereal.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima a área com trigo, cujo plantio está praticamente finalizado, em 4.3 milhões hectares, com aumento de 20% na comparação anual.
Fonte: Reuters