Área de algodão pode crescer em MT e novas tecnologias reduzem custos

Apesar do alto custo de produção, que hoje se aproxima dos R$ 10 mil por hectares, Mato Grosso tem capacidade para elevar a sua produção de algodão. Além da ampliação de área por parte de alguns produtores, pesquisas em novas tecnologias são realizadas visando à redução do custo de produção, bem como o aumento da produtividade.

A safra 2015/2016 foi considerada “relativamente complicada” por causa do clima, que afetou a produtividade do algodoeiro. Porém, segundo a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), conseguiu-se um produto de “boa qualidade”. As perspectivas para o ciclo 2016/2017 são boas diante um clima mais regular durante o período de plantio da safra da soja, o que pode favorecer o plantio da segunda safra do algodão dentro da janela ideal.

“A cotonicultura tem custos altíssimos, e o produtor pontua suas decisões por um cenário que não tem sido dos mais animadores. Os estoques mundiais da pluma continuam altos. A China se mantém como fator imponderável, e temos ainda a concorrência acirrada das fibras sintéticas. Muitos produtores de Mato Grosso têm condições de ampliar suas áreas de plantio de algodão, e os pesquisadores trabalham no desenvolvimento de novas tecnologias para reduzir custos de produção e aumentar a produtividade. Também estamos atentos para identificar formas de lidar melhor com a concorrência das fibras sintéticas”, disse o diretor-executivo da Ampa, Décio Tocantins.

De acordo com a associação, ao longo de 2016 diversos avanços foram verificados na cotonicultura mato-grossense que irão impactar no futuro da atividade, bem como de todo o sistema produtivo adotado no estado. Entre tais avanços estão a construção de cinco Centros de Treinamento e Difusão Tecnológica nas regiões de Sorriso, Rondonópolis, Campo Verde, Campo Novo do Parecis e Sapezal, e de laboratórios para o desenvolvimento de bio-inseticidas à base de vírus, fungos e bactérias, a serem utilizados como ferramentas no controle biológico de algumas das principais pragas e doenças.

Preços

O ano de 2016 não foi um ano de “grandes surpresas em termos de preço”, disse Tocantins. O diretor-executivo da Ampa afirma que o setor irá “continuar atuando em defesa da política de renda para o produtor de algodão e da racionalização dos custos de produção”. Segundo ele, “é preciso também fortalecer o melhoramento genético, cobrar eficiência das biotecnologias da mesma forma em que as empresas nos cobram royalties por elas e melhorar nossa logística”.

Para 2017, as perspectivas, em termos de preços e da economia, são difíceis de precisar como serão, pondera Tocantins, “inclusive diante um mercado bastante ofertado em nível mundial”. O diretor acrescenta que, “por isso, hoje o produtor de algodão de Mato Grosso se mantém cauteloso, mas as consultas feitas pela Ampa até agora indicam a intenção de plantio de uma área de 610 mil hectares, o que corresponde a uma manutenção de área”.

 

Fonte: Agro Olhar

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