Grande parte dos produtores rurais de Mato Grosso necessita de recursos de agentes financeiros para custear a safra de soja. O problema é que, ao procurarem as agências para captar os recursos, muitos agricultores se deparam com a insistência de venda de produtos atrelados à liberação do dinheiro. Essa prática chama-se venda casada e é ilegal segundo o Código de Defesa do Consumidor.
“Este é um problema antigo, recorrente e crescente e os produtores rurais precisam estar informados dos seus direitos”, diz Adolfo Petry, coordenador da comissão de Política Agrícola da Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso (Aprosoja).
Estudos realizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) indicam que a aquisição de produtos bancários atrelados ao crédito de custeio oficial, que hoje está regulamentado em 8,75% ao ano, podem elevar este percentual para 16,62% ao ano.
Para alertar o produtor rural, a Aprosoja divulgou um Informe Técnico (clique aqui) com todas as orientações necessárias a quem tiver dúvidas sobre a venda casada. “O produtor que se sentir lesado deve denunciar esta prática. Esta preocupação ocorre em todos os Estados e precisamos freá-la para não onerar ainda mais o crédito”, ressalta Petry.