A próxima safra da laranja deve contar com um modelo referencial para preços a serem negociados pelo setor. A estrutura elaborada pelo Conselho dos Produtores de Laranja e das Indústrias de Suco de Laranja (Consecitrus), apresentado nesta quarta-feira (10), cria parâmetros para definição de preços referenciais no mercado da laranja.
Com o propósito de gerar estabilidade entre os preços para produtores rurais e indústria, o modelo, que vem sendo desenvolvido há mais de um ano, foi apresentado ao Conselho Administrativo de Direitos Econômicos (Cade) e deve ser aprovado pelo órgão antitruste após ser ajustado de acordo com os interesses dos produtores rurais. De acordo com o responsável pelo desenvolvimento do modelo, Alexandre Mendonça Barros, “o objetivo do Consecitrus é equilibrar o mercado e dividir os riscos e os lucros das variações sofridas”.
Para elaborar o modelo, o Consecitrus levou em consideração os custos de produção da fruta e industriais, índices do suco concentrado e diluído, e de subprodutos da laranja. Para Mendonça Barros, a referência para os preços é a mesma estabelecida no setor sucroenergético. “O conceito é exatamente o mesmo. Esses preços devem ser divulgados a cada mês porque não existe uma frequência de informações tão grande de preços como existe na cadeia da cana-de-açúcar. A ideia é que durante a safra a gente consiga apurar os resultados da cadeia e, assim, poder calcular o preço da caixa que o produto vai ter”, garante.
Como os fatores envolvidos na determinação dos preços são variáveis, todo mês o calculo será revisado para a formação dos preços anuais. “O modelo permite uma simulação permanente do preço pago pela caixa de laranja. Se o preço do suco sobe, o preço da caixa sobe. Se cai, todos caem”, explica Barros. O próximo passo, que será feito pelo Cade, são a análise e os ajustes no modelo apresentado pelo Consecitrus para verificar se ele está em consenso com os interesses dos produtores.
