“As melhorias do manejo e, consequentemente, da gestão são essenciais para o aumento de produtividade. A maioria das tecnologias, quando são aplicadas sem a parte operacional correta, perde grande parte do seu benefício”. É o que afirmou o pecuarista André Bartocci, em palestra realizada durante a Expopec 2017 – exposição das tecnologias voltadas ao desenvolvimento da pecuária, encerrada no dia 26 de março, em Porangatu (GO).
Com a palestra “Manejo: como ganhar produtividade sem gastar dinheiro?”, o pecuarista falou das oportunidades e desafios que existem na “Pecuária Tropical”, além de acrescentar que para ter sucesso e lucro, é preciso entender e desenvolver tecnologias e manejos respeitando as leis do sistema “Tropical de Produção”.
“O lado bom é que este sistema pode ser muito mais produtivo, inclusive sendo competitivo em rentabilidade com a agricultura. Já o lado ruim é que ele é complexo e nos próximos anos, muitos produtores que não se adaptarem, serão excluídos da atividade”, ressaltou.
Bartocci destacou ainda que é dever do produtor que deseja aumentar sua eficiência se atualizar periodicamente. “Somos vanguarda na Pecuária Tropical, ou seja, toda tecnologia hoje utilizada foi criada ou adaptada por pesquisadores e técnicos brasileiros. Portanto ela é acessível a todos os produtores”, disse.
Por outro lado, comentou o pecuarista, o problema está nas atualizações que exigem que o produtor mude alguns conceitos e tabus e adquira novos hábitos, como por exemplo, saber quantas arrobas são produzidas em cada hectare de sua fazenda. “A pecuária de 2017 é diferente da pecuária de 10 anos atrás e se parecerá muito pouco com a de 2027.”
OVINOS E BOVINOS
Quem também defendeu a incorporação da tecnificação na pecuária foi o inspetor técnico da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), André Rocha. Ele destacou em sua palestra “Ovinocultura: ovinos x bovinos ou ovinos + bovinos?”, a importância de os pecuaristas e criadores estarem ligados e cada vez mais modernizados na atividade.
“A ovinocultura não é diferente da bovinocultura. Ambos são produtores de carne e precisam estar atentos às demandas recorrentes do mercado”, disse.
André também falou do espaço que a ovinocultura vem ganhando e dividindo ambiente com a bovinocultura. “Na criação conjunta, ambos trazem benefícios ao outro, quer seja em sanidade ou até em aproveitamento de pastagem, com tipos diferentes de consumo e aproveitamento total de alimento”, explicou.
O palestrante também falou do consórcio e os benefícios da bovinocultura e ovinocultura visando o uso total e melhor desempenho de ambas as atividades. André ressaltou também que a atividade vive um grande potencial de produção, já que a lida com ovinos oferece ao criador várias opções de produtos para incrementar a renda mensal. Mas, para que isso possa se concretizar, o criador precisa assegurar e se dedicar ao manejo adequado dos mamíferos.
“Não basta ter os animais na propriedade, sem trabalhar com tecnificação. A ovinocultura não é igual criação de gado de corte, o produtor tem que reconhecer uma nova atividade e procurar a se adaptar a ela com mão de obra, instalações e manejo adequado”, pontuou.
Fonte: Sistema Faeg