Após sessão volátil, mercado da soja fecha em baixa em Chicago

Os contratos futuros da soja fecharam em baixa na CBOT. O mercado começou o dia com os preços próximos da estabilidade. Porém, ao longo do dia os principais vencimentos foram ampliando suas perdas em mais um pregão marcado por movimentos técnicos, fechando em queda de mais de 5 pontos, com o maio/17 cotado a US$ 10,59 o bushel.

Embora a volatilidade siga alta e mantendo as oscilações constantes na CBOT, faltam informações novas que possam direcionar as cotações de forma mais definitiva neste momento. Nem mesmo as vendas semanais para exportação divulgadas pelo USDA foram suficientes, uma vez que vieram dentro das expectativas do mercado.

A oferta segue exigindo atenção, principalmente no que diz respeito à América do Sul. O tempo na Argentina tem sido de menos chuvas – possibilitando o levantamento das perdas – porém, as novas previsões já indicam a volta das precipitações a partir de 31 de janeiro e no início de fevereiro e essas ainda poderiam trazer mais comprometimento às lavouras.

Enquanto isso, no Brasil, a colheita se desenvolve, mas com os produtores ainda tendo de driblar as chuvas que ou paralisam os trabalhos de campo ou deixam o ritmo mais lento. Assim, já há municípios, principalmente em Mato Grosso, reportando perdas de qualidade com as lavouras prontas sem serem colhidas. Uma das situações mais preocupantes tem sido reportada em Lucas do Rio Verde.

Ainda na América do Sul, a safra de soja do Paraguai, às vésperas da colheita e na fase de enchimento de grãos, sofre com a falta de chuvas em regiões produtoras de grande importância. Perdas de produtividade já têm sido reportadas e, segundo Marcio Giordani Mattei, produtor do município de Santa Rosa Del Monday, “o Paraguai não vai ter mais uma superssafra” como era aguardado pelas estimativas anteriores.

Paralelamente aos fundamentos, os players acompanham o comportamento do mercado financeiro; os primeiros passos de Donald Trump como presidente dos EUA, o que parece estar sendo bem recebido pelos mercados e também a atuação dos fundos, que estão bem comprados na soja.

“A definição (do caminho dos preços) depende de vários fatores, mas principalmente do clima na América do Sul. Mas, por outro lado, os fundos estão com mais de 130.000 contratos comprados e ‘não vão largar o osso’ enquanto não tiver uma definição total. Claro que tem demanda pela frente, toda essa polêmica com a China – se vai ou não ter barreiras com os EUA”, disse o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa. “Então, depende do clima e da vontade dos fundos, porque vai chegar um momento em que eles vão ter que liquidar posições, a não ser que a coisa se complique. Eles apostam em um clima na Argentina seco e com problemas, disse.

A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou nesta quinta-feira que a safra de soja 2016/17 da Argentina será de 53.5 milhões de toneladas, contra 56 milhões de toneladas na safra anterior, devido a uma redução na área prevista de plantio por conta das chuvas excessivas que causaram perdas nas últimas semanas.

O país sul americano é o maior exportador global de farelo e óleo de soja e o terceiro fornecedor do grão sem processamento, e, por isso, os problemas climáticos das últimas semanas nas grandes regiões produtoras foram acompanhados de perto pelos operadores do mercado de Chicago.

“Sobre uma estimativa de 770.000 hectares de soja afetados, as perdas de superfície estão abaixo dos 400.000 hectares e os 370.000 hectares restantes diminuem os riscos de perdas”, disse a Bolsa de Cereais em seu relatório semanal de cultivos.

Na quinta-feira passada, a entidade havia reduzido em 100.000 hectares, para 19.2 milhões de hectares, a sua estimativa da área de plantio da soja 2016/17 em consequência aos problemas climáticos, enquanto a Bolsa de Comércio de Rosário reduziu a sua estimativa de colheita para 52.9 milhões de toneladas.

A área semeada com soja na safra 2016/17 também caiu na comparação com a temporada anterior devido a um aumento na área destinada ao milho e trigo, cujas exportações, diferentemente da oleaginosa, não pagam impostos.

O Ministério da Agricultura da Argentina calcula que a área semeada com soja na safra 2016/17 cairá para 19.8 milhões de hectares contra os 20.6 milhões de hectares na safra anterior, por consequência do clima adverso em parte das três maiores províncias agrícolas e um plantio maior de cereais.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

 

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