Após seis anos, presidente da Embrapa deixará cargo em outubro

Por Mauro Zafalon

Maurício Lopes, presidente da Embrapa, deixa o cargo em 12 de outubro, período que encerra seu mandato.

O conselho de administração da Embrapa, reunido nesta quarta-feira (20 de junho), decidiu pela abertura do processo de sucessão na presidência em sua próxima reunião, no fim de julho, e o atual presidente não pleiteou ampliação do mandato.

O processo será semelhante ao último realizado para a seleção dos diretores-executivos, em atendimento à Lei das Estatais. Segundo informações, o processo de sucessão da presidência da Embrapa não altera a revisão estrutural, conduzida pela diretoria-executiva e atualmente em discussão com os empregados.

Não haverá mudança estrutural antes da conclusão do processo de sucessão na empresa. Caberá ao novo presidente e aos atuais diretores-executivos a decisão por sua implantação em acordo com os órgãos superiores.

A gestão de Maurício Lopes, no cargo desde 2012, gerou algumas polêmicas na empresa. Uma delas foram as críticas do pesquisador Zander Navarro, feitas no início deste ano. Para ele, houve uma substituição de pesquisadores por uma geração com pouco vínculo com a agropecuária.

Além disso, a Embrapa não teria ajustado a agenda de pesquisas às demandas crescentes da agropecuária. “Os trabalhos da empresa cada vez mais se voltam para ricos segmentos do empresariado rural”, afirmou Navarro.

Em resposta ao pesquisador, à época, a empresa disse que os resultados dos trabalhos são amplamente divulgados e que há um aprimoramento constante da prática de gestão. A empresa informou em nota ainda que as tecnologias desenvolvidas são voltadas para todos os segmentos da agropecuária.

Navarro foi demitido e, após decisão judicial, retornou ao trabalho.

A gestão de Lopes está sendo marcada ainda por polêmicas devido a propostas de atualização da empresa, que estão sendo feitas por uma força-tarefa e que têm gerado o descontentamento de parte dos funcionários da empresa.

As reformas vão desde a retirada de nomes específicos das Embrapas regionais (que passariam a ser apenas Embrapa em todo o país) à junção de áreas administrativas de várias unidades. A Embrapa afirma que essas sugestões de reformas têm por objetivo dar mais agilidade à empresa.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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