Após investimentos, Frigol amplia venda de carne à China em mais de 7 vezes

O Frigol, quarto maior frigorífico do Brasil, tem exportado recentemente cerca de 2.000 toneladas de carne bovina à China por mês, sete vezes acima da média mensal registrada em todo o ano de 2017, refletindo a maturação de investimentos e a maior demanda no país asiático.

Na mesma base de comparação, o faturamento da empresa com essas vendas aumentou para US$ 9.5 milhões por mês, de US$ 1.2 milhão obtidos mensalmente em 2017, disse à Reuters o CEO, Luciano Pascon, há três anos no cargo.

O Frigol opera quatro unidades de bovinos nos Estados de São Paulo, Goiás e Pará, mas apenas a de Lençóis Paulista (SP) está, desde 2016, apta a exportar carne bovina à China.

Trata-se de um mercado que responde por mais de 50% de todas as vendas externas da empresa, as quais atingem 60 países em todos os continentes.

“Investimos R$ 10 milhões em Lençóis Paulista no último um ano e meio, em infraestrutura, com um túnel de congelamento, mais câmaras de estocagem e melhoria de processos e controles”, disse Pascon.

“Nossa estratégia está funcionamento muito bem, como demonstra esse consistente aumento das exportações.”

A planta de Lençóis Paulista abate atualmente em torno de 14.000 animais e produz 2.700 toneladas de carne desossada por mês. Além desta, o Frigol também trabalha para que a unidade de Água Azul do Norte (PA) receba o sinal verde da China para exportação.

O gigante asiático é um mercado ainda com pouca abertura à carne bovina brasileira, com apenas 16 plantas autorizadas a exportar para lá, segundo o Frigol.

O Ministério da Agricultura vem trabalhando para ampliar o mercado. Na terça-feira (15/5), a pasta informou que uma missão técnica chinesa virá ao Brasil inspecionar até 84 estabelecimentos que poderiam ser habilitados posteriormente a vender carne à China.

Nos últimos anos, mudanças de hábitos alimentares têm elevado o consumo de carne na China, e as exportações do Brasil, maior exportador global, refletem isso.

Os embarques nacionais de carne bovina in natura à nação asiática saíram de quase zero em 2014 para 211.000 toneladas em 2017 e já somam quase 70.000 toneladas até março de 2018, segundo dados do governo.

Carne Suína

Pascon afirmou, sem abrir cifras, que há investimentos em curso na unidade de Lençóis Paulista para a ampliação da capacidade de produção de carne suína, produto que está na “origem” da empresa de quase 50 anos.

“Não é o volume representativo da companhia, mas desde 2016 a gente vem com várias obras. Estamos programando para o segundo semestre um abate de 800 suínos por dia, de 400 hoje em dia”, disse o CEO, no caso de bovinos, são 3.000 por dia.

É em meio a esse cenário que o CEO viu com bons olhos a abertura do mercado sul-coreano à carne suína do Brasil, confirmada mais cedo pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

“A Coreia do Sul, além de ser um grande mercado, é uma referência em questão de qualidade e rigor sanitário”, disse.

Com faturamento de R$ 1.5 bilhão em 2017 e previsão de R$ 1.6 bilhão em 2018, o Frigol tem capacidade de produção de 12.000 toneladas de carnes por mês, considerando-se todas as unidades em operação.

 

Fonte: Reuters

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