Apesar das incertezas da economia brasileira, ABPA confia em crescimento do setor de proteína animal

Presidente da ABPA, Francisco Turra diz que o Brasil tem chance de expandir o setor de proteína animal. Foto: Edi Pereira
Presidente da ABPA, Francisco Turra diz que o Brasil tem chance de expandir o setor de proteína animal. Foto: Edi Pereira

“Temos um ano desafiador pela frente. As previsões econômicas são pouco otimistas, frente a outros momentos menos tempestuosos que tivemos em um passado recente. Mas temos plena confiança na forte profissionalização da cadeia produtora de proteína animal do Brasil, reconhecida no mercado internacional pela qualidade de seus produtos e pelo excelente status sanitário.” A afirmação é de Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reflete as incertezas da economia mundial.

Embora esteja apreensivo com a conjuntura atual, ele acredita que o Brasil tenha chance de ampliar sua participação no mercado de proteína animal. Ainda afirma que o mundo confia nas marcas e nos produtos brasileiros. “Além disso, os dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) indicam que toda proteína tem espaço no mundo”, cita.

Segundo a ABPA, no mês passado, os embarques de carne de carne de frango alcançaram 348,9 mil toneladas (produtos inteiros, cortes, salgados, processados e enchidos), 7% acima do mesmo período de 2014. No total de março, foram exportadas 348,9 mil.

O aumento de 19% nos embarques para mercados da Ásia, no total de 112,5 mil toneladas, contribuiu para esse resultado. Em reais, a receita das vendas externas alcançou R$ 1,818 bilhão, crescimento de 29,1%, e, em dólares, US$ 579,3 milhões, queda de 4,4%.

“Retomamos o fluxo das exportações que haviam sido afetadas pela greve dos caminhoneiros em fevereiro, e praticamente zeramos as perdas em toneladas acumuladas nos dois primeiros meses do ano”, ressalta Turra.

“Com a retomada dos embarques ao ritmo normal, mantemos as previsões de saldo positivo este ano, principalmente em razão da abertura dos mercados do Paquistão e da Malásia. No entanto, o setor deverá manter cautela na gestão do fluxo e da demanda frente aos desafios internos, com os ajustes fiscais”, analisa.

No acumulado de 2015, as exportações totalizaram 928,6 mil de t, 0,26% abaixo do volume embarcado no primeiro trimestre de 2014. No período, a receita, em dólar, caiu 8,4% no saldo geral, e alcançou US$ 1,591 bilhão e, em reais, aumentou 11,5%, totalizando R$ 4,579 bilhões. Os embarques de cortes de frangos, primeiro produto da pauta de exportações do setor, totalizaram 536,4 mil t no acumulado deste ano, aumento de 7,1%.

CARNE SUÍNA

O mesmo cenário otimista é válido para os suínos. “Com mais mercados, esperamos alcançar nossa meta de exportação, que é ultrapassar de 550 mil t de carne suína para 800 mil t, até 2020”, prevê.

Segundo Turra, além da conquista da África do Sul e Coreia, o mercado russo está quase aberto. “A Rússia, veio, incomodou, gostou do Brasil e ficou, afinal, quem come carne brasileira, frango, suíno e de boi jamais deixa de comer”, diz.

As vendas externas de carne suína in natura, no entanto, estão fracas em razão da queda nos embarques para Rússia e Ucrânia, ocasionada por problemas político-econômicos. Em março, as exportações totalizaram 30,6 mil t, ante 32,3 mil tem março de 2014.

“A valorização do dólar e os altos preços do produto no mercado internacionais das carnes ainda geram expectativas de recuperação das exportações brasileiras nos próximos meses”, observa.

Brasil precisa acelerar a consolidação de um acordo comercial entre os países do Mercosul e a União Europeia sobre a carne suína. Foto: Divulgação
Brasil precisa acelerar a consolidação de um acordo comercial entre os países do Mercosul e a União Europeia sobre a carne suína. Foto: Divulgação

ABERTURA DE MERCADO

A abertura do Mercado Comum Europeu à carne suína do Brasil foi um dos assuntos da pauta de reunião recente de Turra com a embaixadora do Brasil na Comunidade Europeia, Vera Machado, em Bruxelas, na Bélgica.

“Temos potencial para suprir esse mercado, mas ainda enfrentamos barreiras”, comenta.

Outro assunto abordado foi a necessidade de da acelerar a consolidação de um acordo comercial entre os países do Mercosul e a União Europeia.

“Muitos países saíram na frente e agilizaram as negociações com a UE. O Brasil precisa garantir seu espaço para não perder competitividade neste mercado”, ressalta Turra.

“Mesmo com a conjuntura atual, minha mensagem para o setor de proteína animal é de otimismo.É só realizar alguns ajustes, entender questões que são óbvias, tocar o barco e seguir em frente. Convido quem souber fazer o dever de casa a unir esforços na busca e na perseguição de objetivos que são tão importantes para o nosso foco”, desafia.

Por equipe SNA/SP

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp