Os contratos futuros da soja na CBOT voltaram a fechar em baixa, com os principais vencimentos registrando quedas de 2,50 a 2,75 centavos. O novembro/18 fechou cotado a US$ 8,30 ½ e o janeiro/19 a US$ 8,44 ¼ o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT fecharam em forte baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 5,50 a US$ 6,60. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 308,70 e o janeiro/19 a US$ 309,20 a tonelada curta.
Segundo informações da Reuters, as cotações da oleaginosa foram pressionadas pela proximidade de uma grande safra nos Estados Unidos. Ao longo dessa semana, o USDA revisou para 127.72 milhões de toneladas a estimativa para a safra americana.
O volume ficou acima do indicado no relatório de agosto, de 124.81 milhões de toneladas. O cenário acabou pesando sobre as cotações do complexo.
“Os preços da soja continuam a sofrer dupla pressão das grandes expectativas de safra dos EUA, agravadas pelas preocupações comerciais com a China”, informou o portal Farm Futures.
A possibilidade de negociações entre os Estados Unidos e a China permanece no radar do mercado. Contudo, o presidente dos EUA, Donald Trump, deu instruções aos assessores para prosseguir com as tarifas de cerca de US $ 200 bilhões sobre produtos chineses, apesar das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de reiniciar as negociações comerciais com a China, disse uma fonte próxima à decisão, informou a Reuters.
“O maior fator potencial de oscilação do balanço dos EUA é o número de exportações, e qualquer mudança na situação tarifária nos EUA pode sustentar a soja dos EUA”, disse Jonathan Lane, diretor comercial da Gleadell em entrevista à Reuters.
Mercado interno
A sexta-feira (14/9) foi de alta aos preços da soja praticados no Brasil, apesar da quedas na CBOT e do dólar.
No Porto de Paranaguá, a saca no mercado disponível subiu 2,04% e foi cotada a R$ 100,00. Em Rio Grande, a saca no mercado disponível registrou alta de 0,32% foi cotada a R$ 93,30. No mercado futuro, a saca para entrega em outubro/18, subiu 0,53%, e foi cotada a R$ 94,00, segundo levantamento do Notícias Agrícolas.
Já em Ubiratã (PR), a saca registrou alta de 1,85% e oi cotada a R$ 82,50. Na região de Pato Branco (PR), a alta foi de 1,83%, com a saca cotada a R$ 83,50. Em Brasília, a saca subiu 1,22% e foi cotada a R$ 83,00.
Plantio de soja 2018/19 no Brasil
O plantio de soja da safra 2018/19 do Paraná, segundo produtor da oleaginosa no Brasil, teve início nesta semana, marcando o começo mais precoce das atividades de semeadura em pelo menos cinco anos, informou nesta sexta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.
Chuvas que deverão continuar nos próximos dias permitiram o início dos trabalhos no Estado, com produtores vendo condições de umidade favorável para a germinação do grão.
Nos últimos dias, contudo, as mesmas precipitações podem ter prejudicado atividades mais intensas de plantio, disse à Reuters nesta sexta-feira o economista do Deral, Marcelo Garrido.
“Como está chovendo em algumas regiões, é capaz de não ter evoluído muito o plantio, mas a perspectiva é melhor do que na safra passada, quando tivemos um setembro seco”, disse ele.
Até o início da semana, o Deral estimava em 1% da área plantada no Estado, contra zero na mesma época dos últimos anos pelo menos desde 2013, segundo levantamento feito pela Reuters com base em dados do departamento.
Uma início precoce do plantio da soja é importante para o Estado, que tem plantado cada vez mais milho na segunda safra.
“Ano passado, ficamos até 28 de setembro sem chuva, isso atrasou o plantio e a colheita, e atrasou o plantio da safrinha de milho depois.”
Quanto mais cedo o plantio da safrinha, melhor a janela para o desenvolvimento da safra. Se o cereal é plantado mais tarde, fica mais sujeito à falta de chuva ou geadas, este ano, o Estado perdeu bons volumes pela seca.
Em 2018/19, a safra de soja do Paraná está estimada pelo Deral em 19.6 milhões de toneladas, o que seria um aumento de 3% em relação a 2017/18, ficando abaixo apenas do recorde registrado em 2016/17 (19.9 milhões de toneladas). O Deral estima o plantio de 5.45 milhões de hectares, com estabilidade em relação a temporada passada.
Além de ser favorecido pelo clima, o plantio de soja mais precoce, na comparação com anos anteriores, ocorre após uma determinação fitossanitária no ano passado que autorizou a antecipação dos trabalhos em alguns dias.
“Diante das recentes precipitações, produtores paranaenses, especialmente da região oeste do Estado, estão semeando a oleaginosa “a todo vapor”. Isso porque as previsões indicam chuvas também para os próximos dias…”, indicou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em análise nesta sexta-feira.
“O lado ruim é que o recebimento de sementes está atrasado, devido às complicações logísticas no Brasil”, acrescentou o Cepea.
Segundo o Deral, os produtores do sudoeste do Estado são os próximos a começar os trabalhos, que já tiveram seu início em Cascavel e Toledo (oeste).
“Conforme vai andando com a colheita do trigo, vai andando com o plantio da soja, a perspectiva é boa, deu para recuperar o déficit hídrico, e alguns institutos afirmam que teremos El Niño, quando chove mais no Sul.”
A expectativa é de mais de 50 milímetros de chuvas no Paraná do dia 15 até o final do mês, com precipitações na maior parte das regiões.
As chuvas também começam a chegar ao Mato Grosso, que lidera na produção de soja no Brasil, mas os volumes serão um pouco menores no mesmo período, embora algumas áreas como o norte do Estado devam receber cerca de 50 milímetros.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, o vazio sanitário para plantio, como forma de evitar uma disseminação maior do fungo da ferrugem asiática, termina no sábado.
“Então, a partir do dia 16/9 é possível plantar. O que já deve estar ocorrendo são preparos de solo pré-plantio”, disse o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.
Ele explicou que os produtores, em geral, aguardam maiores volumes de chuvas para iniciar os trabalhos, destacando que aqueles que “começam cedo são os que terão de plantar algodão”.
Segundo a última pesquisa do Imea, publicada em maio, o Mato Grosso deverá semear uma área recorde com a oleaginosa na safra 2018/19, de 9.58 milhões de hectares, aumento de 1,22% em relação à safra 2017/18. A safra está estimada em 32.32 milhões de toneladas.
Mato Grosso e Paraná têm respondido por mais de 40% da safra do Brasil.
Milho: com perspectiva de grande safra nos EUA, mercado recua mais de 4% na semana em Chicago
Os contratos futuros do milho na Bolsa de Chicago fecharam em leve alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 1 a 1,25 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 3,51 ¾ e o março/19 a US$ 3,63 ¾ o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam em forte alta, recuperando parte das perdas dos últimos pregões. Os principais vencimentos registraram ganhos de 11,25 a 14,50 centavos. O dezembro/18 fechou cotado a US$ 5,11 ½ e o março/19 a US$ 5,30 ¼ o bushel.
Embora o mercados tenham esboçado uma tímida reação nesta sexta-feira, no acumulado da semana o saldo é negativo em mais de 4%. “As expectativas para uma safra recorde dos EUA mantém os preços mais baixos”, informou o site internacional Farm Futures.
Ainda essa semana, o USDA elevou a sua estimativa para a safra americana de 370.51 milhões para 376.63 milhões de toneladas nesta temporada.
A produtividade subiu de 186,62 sacas para 189,65 sacas do grão por hectare. E os estoques foram estimados em 45.06 milhões, bem acima do indicado no boletim anterior, de 42.77 milhões de toneladas.
O USDA também informou que cerca de 6% da área plantada nesta temporada já foi colhida. 68% das lavouras ainda se apresentam em boas ou excelentes condições nos EUA.
Mercado interno
Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), a saca registrou alta foi de 15,00%, sendo cotada a R$ 23,00.
Na região de Palma Sola (SC), a alta foi de 8,19%, com a saca cotada a R$ 37,00. Em contrapartida, em Rio Verde (GO), a saca caiu 3,23%, sendo cotada a R$ 30,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi de 1,61%, com a saca cotada a R$ 30,50.
No Paraná, nas praças de Ubiratã e Cascavel, a saca caiu 1,54%, sendo cotada a R$ 32,00. Em Pato Branco (PR), o recuo foi de 1,46%, com a saca cotada a R$ 33,70.
Durante essa semana, o Cepea reportou que as cotações apresentam comportamentos diferentes. No interior de São Paulo, a retração dos compradores pressionam os preços. Já as regiões do Centro-Oeste e Sul do País, os valores estão em alta, influenciados pela posição recuada de vendedores.