2013 encerra com queda expressiva no preço do leite

Derramando leite-CDN Com Corporativa-24-10-2011 e 06-03-2012-Pub Abr 2012O preço médio do leite pago ao produtor encerrou o ano de 2013 com forte queda, confirmando expectativas de agentes do mercado. A pressão continua vindo da demanda enfraquecida e do aumento na captação de leite em praticamente todos os estados acompanhados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, exceto no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Em dezembro, o preço médio bruto nacional (“média Brasil”) pago ao produtor (que inclui frete e impostos) foi de R$ 1,0416/litro, forte redução de 5,4% (ou de 5,9 centavos) em relação a novembro. O preço líquido médio (sem frete e impostos) caiu 5,8%, passando para R$ 0,9602/litro. Estas médias, calculadas pelo Cepea, são ponderadas pelo volume captado em outubro nos estados de GO, MG, PR, RS, SC, SP e BA.

Apesar das quedas de preços, os patamares continuam elevados se comparados aos de 2012. A média de dezembro/13 supera em 11,09% a de dez/12, de R$ 0,9376/l, em termos reais. Se considerado todo o ano passado, quando o preço médio foi de R$ 0,9332/l, a valorização é de 10,48% – a média de 2013 é de R$ 1,0310/l.

Considerado um ano atípico, 2013 registrou aumentos nas cotações do leite em praticamente todos os meses – em agosto, o preço médio foi o maior dos últimos seis anos em termos reais (descontando a inflação do período). Os preços seguiram em alta e, em setembro, atingiram os maiores patamares de toda a série histórica do Cepea. O impulso veio principalmente da demanda interna aquecida.

Nos últimos dois meses do ano, as chuvas favoreceram a qualidade das pastagens e o consequente acréscimo na captação de leite, que bateu novo recorde. De outubro para novembro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) aumentou 3,51%, atingindo 167,94. O destaque no período foi para São Paulo, Goiás e Bahia, onde os crescimentos foram de 8,15%, 7,12% e de 6,92%, respectivamente.

Além do clima, diversos produtores de leite realizaram investimentos na propriedade em razão dos altos patamares de preços registrados nos últimos meses, o que contribuiu para elevar ainda mais a oferta disponível atualmente. A maior captação, por sua vez, propiciou o aumento dos estoques em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, resultando em menor necessidade de compra por parte das indústrias. Agentes relataram, ainda, a entrada de leite das regiões Sul e Sudeste nos estados do Nordeste, devido ao excesso de matéria-prima.

Segundo indicações de agentes de laticínios/cooperativas consultados pelo Cepea, para o próximo mês, a expectativa é de nova queda nos preços do leite. A maioria dos entrevistados (89,7%), que representa 96,1% do leite amostrado, indica que haverá baixa nos valores em janeiro/14. Outros 10,3% dos agentes, que representam 3,9% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Não houve expectativa de alta para o próximo mês.

No mercado de derivados, as variações também foram negativas, em decorrência dos estoques elevados e do enfraquecimento da demanda por produtos lácteos. Os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados no atacado de São Paulo em dezembro (cotados até o dia 26) fecharam em R$ 2,013/litro e R$ 12,326/kg, respectivamente, 7,62% e 3,47% inferiores às médias de novembro. A pesquisa de derivados do Cepea é realizada diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).

AO PRODUTOR – Em dezembro, houve queda no preço bruto do leite pago ao produtor em todos os estados acompanhados pelo Cepea. A maior baixa foi registrada em Goiás e Santa Catarina, de 7,23% para ambas as regiões. Em Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Ceará, os recuos foram de 6,03%, 4,42%, 4,02% e 2,45%, respectivamente. Para o Ceará, onde o período de chuvas está no início, a cotação foi pressionada principalmente pela entrada de leite do Sudeste do País.

Quanto aos preços, dentre os estados que compõem a “média Brasil”, Minas Gerais teve o maior valor em dezembro, de R$ 1,0635/litro, seguido pela Bahia, com média de R$ 1,0526/litro. São Paulo fechou em R$ 1,0474, Paraná, R$ 1,0432/litro, Santa Catarina, R$ 1,0003/litro e Rio Grande do Sul, 0,9997/litro.

Fonte: Cepea

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