Anec: desempenho das exportações brasileiras de grãos em julho

Soja/

O volume de soja embarcado no mês de julho foi de 6.3 milhões de toneladas, 1.5 milhões de toneladas acima do registrado em julho de 2016, e ligeiramente abaixo do recorde para o período, que foi de 6.6 milhões de toneladas em 2015. O levantamento é da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).  De acordo com a entidade, no acumulado do ano, as exportações de soja totalizam um volume de 51.9 milhões de toneladas embarcadas, 17% acima daquele registrado no mesmo período do ano anterior.

Do total exportado até o momento, cerca de 16 milhões de toneladas foram embarcadas pelo porto de Santos, o que representa aproximadamente 31% do volume total, e um crescimento de 12,5% em comparação as movimentações de soja realizadas pelo porto em 2016.

A Anec observa que o escoamento da soja por meio dos portos do chamado Arco Norte do país também foi intensificado nesta safra, o que trouxe fôlego aos portos tradicionais localizados no Sudeste, que puderam absorver a maior demanda decorrente dos excelentes resultados da produção neste ano.

Das 51.9 milhões de toneladas exportadas até julho, perto de 14 milhões foram embarcadas pelos portos das regiões Norte e Nordeste, o que representa 27% do volume total exportado. Os portos de Itaqui (MA) e Barcarena (PA) foram os mais utilizados pelos exportadores neste ano, sendo o destino de 4.5 e 3.8 milhões de toneladas de soja, respectivamente.

Já a participação chinesa no mercado exportador de soja brasileiro, segundo a Anec, manteve-se no mesmo nível anterior, próxima aos 78% do volume total exportado.

De acordo com a associação, a cinco meses do fechamento do ano, não há dúvida de que as exportações de soja em 2017 atingirão um novo recorde, bem acima das 53 milhões de toneladas registradas em 2015.  As estimativas para o fechamento do ano mantêm-se inalteradas, entre 61 e 62 milhões de toneladas.

Milho/

Com a chegada do milho safrinha aos portos, os embarques de milho, de acordo com a Anec, se intensificaram no último mês, como já ocorre tradicionalmente. O mês de julho registrou embarques de milho no total de 3.3 milhões de toneladas, maior volume já embarcado neste mês, superando o desempenho de julho de 2015, que foi de 2.3 milhões de toneladas.

Para a Anec, o forte ritmo das exportações de milho neste início de segundo semestre, com dois meses consecutivos de exportação recorde, traz  a expectativa de retomada da participação do milho brasileiro no mercado internacional, prejudicada no ano passado com as perdas na produção.

Problemas na comercialização, devido ao baixo preço no mercado, parecem estar equacionados neste momento, com contribuição significativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que impulsionou as vendas por meio da realização dos leilões Pep e Pepro no Estado do Mato Grosso.

Apesar de um cenário bastante positivo neste segundo semestre, a Anec observa que as notícias sobre os novos bloqueios de estradas, por parte do setor de transporte rodoviário de cargas, em protesto ao aumento dos impostos sobre os combustíveis, e que impedem o fluxo normal dos caminhões até os portos, preocupam neste momento de retomada de crescimento e consolidação do milho brasileiro no mercado internacional.

A associação lembra ainda que os exportadores já enfrentaram situação idêntica no início deste ano, na safra de soja, e que resultou em perdas significativas ao setor. “É necessário que as autoridades tomem as medidas necessárias para garantir a livre circulação nas rodovias, evitando assim novos prejuízos, e garantindo novamente o Brasil como fornecedor confiável de milho no mercado internacional”, disse a entidade em relatório.

A Anec informou que  manteve a estimativa anterior de 30 milhões de toneladas de exportação de milho em 2017.

 

Fonte: Anec

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