Anea: exportação de algodão do Brasil em setembro deve superar volume de 2019

A exportação brasileira de algodão em agosto demonstrou força no contexto de que a pluma foi uma das commodities mais prejudicadas pelos impactos da pandemia.

Com uma recuperação de mercado em curso, o Brasil deve ampliar novamente os embarques em setembro, disse Henrique Snitcovski, dirigente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). “Setembro vai ser maior que agosto, com certeza”.

O executivo destacou que os embarques neste mês deverão superar a exportação de 164.600 toneladas do mesmo período do ano passado, que marcaram o melhor setembro da série histórica do Brasil. “A nossa expectativa é que consigamos um pouco mais que no ano passado”, disse ele à Reuters.

Segundo Snitcovski, os embarques de 109.000 toneladas registrados em agosto foram relevantes, mas ainda assim perdem dos volumes de 2012 e 2011, que ficaram próximos de 120.000 toneladas em igual mês.

Os embarques nos próximos meses deverão ser beneficiados também por postergações de exportações realizadas nos piores momentos da pandemia, quando os preços despencaram. Assim, as exportações contarão com novas vendas e a realização de despachos previstos anteriormente. A Anea havia estimado postergações de 150.000 toneladas.

O aquecimento das vendas externas de algodão é um “excelente sinal”, observou Snitcovski. “É muito positivo para o setor, é uma boa retomada da engrenagem”, disse ele, lembrando que o Brasil está terminando de colher uma safra que deverá atingir o recorde de cerca de três milhões de toneladas de pluma, que vem registrando boa qualidade.

Retomada

O dirigente da Anea estimou que as vendas externas do País, o segundo exportador global de algodão após os Estados Unidos, deverão fechar a nova temporada em cerca de dois milhões de toneladas, superando o recorde anterior de 1.915 milhão na 2019/20 (julho/junho).

“A gente como entidade acredita neste número. Acreditamos que os embarques vão voltar a crescer com compromissos já firmados e novas vendas de algodão feitas nos destinos, e este sim é um sinal muito bom”, afirmou Snitcovski. “O fato de o Brasil estar fazendo novas vendas é sinal de que os principais mercados consumidores estão retomando as atividades.”

O executivo destacou que os preços na bolsa de Nova York já estão um pouco acima dos níveis pré-pandemia, cotados em torno de 65 centavos de dólar por libra-peso, outro bom sinal. A moeda brasileira desvalorizada, por outro lado, garante a competitividade do produto nacional.

“Os produtores já venderam muito bem a safra que está sendo colhida, já venderam uma boa parte da próxima safra e agora está começando a buscar alternativas para vender a safra 2022, buscando oportunidades para proteger os custos”, disse Snitcovski.

Dessa forma, algumas expectativas de redução de área de até 30% no Brasil na nova safra definitivamente não vão se confirmar. “Hoje trabalhamos com um número de queda 10% e ainda pode mudar, perto do final do ano, dependendo de como vai ser a retomada da atividade industrial”, concluiu o dirigente.

 

Reuters

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