ANCP anuncia Índice Bio Econômico para Programa Nelore Brasil

Presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, o professor Raysildo Lobo, destaca que o novo Índice Bio Econômico foi pautado na identificação das características e ponderadores que contemplam os aspectos econômico-financeiros da produção pecuária de corte no Brasil. Foto: Divulgação
Presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, o professor Raysildo Lobo, destaca que o novo Índice Bio Econômico foi pautado na identificação das características e ponderadores que contemplam os aspectos econômico-financeiros da produção pecuária de corte no Brasil. Foto: Divulgação

A diretoria da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) e o Grupo de Trabalho Consultivo aprovaram, no último dia 4 de dezembro, em reunião realizada em Ribeirão Preto (SP), o Índice Bio Econômico, que será incorporado às avaliações genéticas de rebanhos de 302 fazendas participantes do Programa Nelore Brasil. O lançamento oficial será no tradicional seminário da entidade, juntamente com o Sumário de Touros, em maio de 2016.

Batizado como “Mérito Genético Total Econômico” (MGTE), este índice de avaliação genética abrange, principalmente, os aspectos econômicos e o lucro para o pecuarista.

“O Programa Nelore Brasil assume novos patamares, pois o novo índice apresenta as informações genéticas e econômicas dos reprodutores em um único valor”, explica o professor Raysildo B. Lobo, presidente da ANCP.

“Seu desenvolvimento foi pautado na identificação das características e ponderadores que contemplam os aspectos econômico-financeiros da produção da pecuária de corte no Brasil e, dessa forma, além de simplificar a comparação entre os animais, propiciará aos associados da ANCP, participantes do Programa Nelore Brasil, atender seus clientes, oferecendo produtos de alta qualidade genética que maximizem a lucratividade de seus rebanhos”, ressalta o professor.

 

AVANÇO

Segundo o pecuarista e vice-presidente da ANPC, Carlos Viacava,  o Índice Bio Econômico representa um avanço em relação ao índice tradicional por ter sido construído em cima de informações econômicas e financeiras de uma propriedade agrícola representativa da média das fazendas de pecuária, cujo sistema de produção envolva o ciclo completo: cria, recria e engorda.
Os estudos para a criação do índice tomaram por base a realidade de uma fazenda padrão da Região Centro-Oeste do Brasil.

“As DEPs  (diferenças esperadas de progênie) consideradas nesse MGTE foram escolhidas após dois anos de pesquisas sobre a influência de cada  característica sobre os resultados econômicos de uma fazenda dedicada ao ciclo completo; assim, o comprador de reprodutores ou matrizes poderá decidir sua aquisição com base em informações sobre os resultados econômicos esperados”, esclarece Viacava.

Conforme explica o pecuarista, as diversas DEPs continuarão a ser divulgadas, permitindo também ao comprador escolher os animais portadores de características que atendam melhor as suas necessidades. “Mais leite, mais fertilidade ou mais precocidade, por exemplo.”

De acordo com o vice-presidente da ANPC, o novo índice observa especialmente as características de precocidade, fertilidade, ganho de peso e habilidade maternal, e inclui, pela primeira vez, informações sobre carcaça, através da área de olho de lombo, altamente relacionada com rendimento na hora do abate.

“É um progresso e mais um avanço nos trabalhos da ANCP, sempre na vanguarda do melhoramento genético”, resume Viacava.

 

Vice-presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, Carlos Viacava afirma que o novo Índice Bio Econômico inclui, pela primeira vez, informações sobre carcaça do rebanho, por meio da área de olho de lombo, altamente relacionada com rendimento na hora do abate. Foto: Ricardo Viacava
Vice-presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, Carlos Viacava afirma que o novo Índice Bio Econômico inclui, pela primeira vez, informações sobre carcaça do rebanho, por meio da área de olho de lombo, altamente relacionada com rendimento na hora do abate. Foto: Ricardo Viacava

NELORE BRASIL

O Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN), criado em abril de 1988, passou a se chamar Programa Nelore Brasil, em 2003. Foi idealizado por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, liderados pelo zootecnista Cláudio Magnabosco, e os criadores Cláudio Sabino Carvalho (in memorian), da Fazenda Santa Maria (Naviraí, MS), e Newton Camargo Araújo, da Fazenda Europa, (Uberaba, MG), que colocaram os dados de seus rebanhos à disposição para o desenvolvimento de pesquisas com DEPs e melhoramento genético animal.

O Programa Nelore Brasil foi o primeiro a utilizar o Modelo Animal nas Avaliações Genéticas, gerando DEPs para efeito direto e materno a partir de 1993.

A primeira Avaliação Genética de Touros, Matrizes e Animais Jovens foi publicada, em formato de Sumário, em 1995, utilizando dados de 27 rebanhos, com sete características, sendo seis de crescimento e uma de fertilidade.

Em 1999, durante a gestão do criador Carlos Viacava, a ACNB adotou o PMGRN como Programa Oficial, em reconhecimento à sua importância na pecuária nacional. Atualmente, o programa disponibiliza DEPs para 28 características de interesse para a pecuária de corte, além do índice MGT (Mérito Genético Total) para a raça Nelore, utilizando dados de mais de 300 rebanhos.

Em 2014, o Programa Nelore Brasil disponibilizou as DEPs Genômicas, com a incorporação dos marcadores moleculares Clarifide 2.0. Ao todo, são 22 características genômicas.

 

Por equipe SNA/SP

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