As cotações do milho em Chicago pouco se alteraram nesta semana, com o fechamento do maio/17 nesta quinta-feira (16 de março) ficando a US$ 3,66/bushel contra US$ 3,59 uma semana antes.
Na prática, os EUA estão enfrentando forte concorrência do milho argentino e brasileiro. Espera-se uma colheita de até 38 milhões de toneladas na Argentina e acima de 91 milhões de toneladas, entre safra e safrinha, no Brasil. Assim, se os EUA não exportarem mais, as cotações encontrarão dificuldades para subir. Todavia, é bom lembrar que a divulgação da intenção de plantio, prevista para o dia 31/03, deverá mostar uma área menor para o milho nos EUA, fato que pode dar fôlego ao milho em Chicago. Caso venha uma área acima de 36.4 milhões de hectares, as cotações poderão encontrar suporte para não recuarem dos atuais níveis.
Por enquanto, os prêmios no Golfo do México continuam em recuo e o mercado busca mais demanda para o produto estadunidense. Nesse contexto, a exportação de 1.55 milhão de toneladas na semana anterior foi considerada favorável pelos analistas. Tal volume segura os preços nos atuais níveis, porém, é insuficiente para provocar reações positivas nos mesmos.
Na Argentina e no Paraguai a tonelada FOB fechou a semana na média de US$ 184,00 e US$ 105,00, respectivamente.
Aqui no Brasil, os preços continuaram fracos e com tendência a novos recuos. A média gaúcha no balcão fechou a semana a R$ 23,99/saca, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,50 e R$ 27,50/saca. Nas demais praças os lotes giraram entre R$ 21,50/saca em Sorriso (MT) e R$ 28,00/saca em Videira, Concórdia e Campos Novos (SC).
Na BM&F/Bovespa o contrato maio/17 caiu, embora São Paulo já tenha colhido grande parte de sua safra. Segundo Safras & Mercado, “para maio liquidar abaixo de R$ 31,00/saco CIF região de Campinas, o interior terá que ceder para R$ 26,00/R$ 27,00/saca e o produtor aceitar fixar a R$ 24,00/R$ 25,00/saca no balcão”, o que, convenhamos, é bastante baixo, mas plausível no quadro atual do mercado nacional. Analistas esperam que o mercado se sustente e inicie alguma recuperação a partir de ações do governo junto ao mercado, via contratos de opção com vencimento na safrinha. Além disso, logo mais deverá ser inevitável a prática do mecanismo de Pepro igualmente para o milho.
Por enquanto, o mercado parece encontrar um pouco mais de liquidez, embora os consumidores ainda estejam esperando que os preços recuem um pouco mais no futuro próximo. A Sorocabana paulista terminou a semana praticando preços entre R$ 31,50/R$ 32,00/saca, enquanto o referencial Campinas permaneceu entre R$ 36,50/R$ 37,00 CIF disponível. No porto de Santos, a indicação de comprador para safrinha entre R$ 29,50 e R$ 30,00/saca não gera interesse de venda. Diante da elevada oferta, os consumidores em geral não encontram dificuldades para recompor seus estoques.
Quanto a colheita de verão, segundo Safras & Mercado, até o dia 10/03 o Centro-Sul brasileiro atingia a 44% da área, contra 49% na mesma época do ano anterior. Por Estado, a situação era a seguinte: RS: 65%; SC: 41%; PR: 40%; SP: 55%; MS: 35%; GO/DF: 35%; MG: 27% e MT: 25%. Portanto, ainda há bastante milho para chegar ao mercado nacional. Ao mesmo tempo, o plantio da safrinha atingia, igualmente no dia 10/03, um total de 86% da área no Centro-Sul brasileiro, contra 95% na mesma época do ano anterior.
Fonte: Ceema / Unijui