Análise do mercado do milho

As cotações do milho em Chicago recuaram durante a semana, fechando a quinta-feira (9) em US$ 3,59/bushel, para o primeiro mês cotado, contra US$ 3,72 uma semana antes. O relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado neste dia 9, pouco trouxe de novidades mais uma vez. Os principais pontos do mesmo foram:

1) Nada mudou, em relação a fevereiro, nas estimativas de produção passada e estoques finais nos EUA, assim como no que diz respeito ao patamar de preços para os produtores locais neste ano 2016/17;

2) A produção mundial foi elevada para 1.049 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais crescem para 220,68 milhões de toneladas;

3) A produção da Argentina foi aumentada em um milhão de toneladas, para 37.5 milhões, enquanto a do Brasil aumentou em cinco milhões de toneladas, passando, agora, para 91.5 milhões;

4) As exportações brasileiras estão projetadas em 31 milhões de toneladas para 2016/17.

Por sua vez, as vendas líquidas estadunidenses de milho, para 2016/17, ano iniciado em 1º de setembro passado, somaram 692.400 toneladas na semana encerrada em 23 de fevereiro. O volume ficou 24% abaixo da média das quatro semanas anteriores. Para 2017/18 o volume ficou em 20.600 toneladas. Na soma dos dois anos comerciais, o mercado esperava um volume entre 750 mil e 1.25 milhão de toneladas, o que não foi alcançado.

Ao mesmo tempo, as primeiras projeções de clima para a primavera dos EUA apontam para uma normalidade, com menor possibilidade de alagamentos em função de um inverno menos rigoroso. Soma-se a isso tudo, como fator baixista, o fato de o clima estar positivo na Argentina, além de a gripe aviária estar atingindo grande parte da demanda mundial.

Na Argentina e no Paraguai, a tonelada Free On Board (FOB) fechou a semana em US$ 186 e US$ 110 respectivamente. Aqui no Brasil, os preços seguem fracos, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 25,25/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 26,50 e R$ 28/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 22/saco em Sapezal (MT) e R$ 29,50/saco em Videira (SC).

Até o dia 3, a colheita da safra de verão de milho no centro-sul brasileiro atingia a 38% do total, contra 42% um ano antes. Por estado, a situação era a seguinte: Rio Grande do Sul, 58% colhido; Santa Catarina, 32%, Paraná, 33%, São Paulo, 52%, Mato Grosso do Sul, 25%, Goiás/DF, 30%, Minas Gerais, 25%, e Mato Grosso, 15% (fonte: Safras & Mercado).

Quanto ao plantio da safrinha 2017, o total de área semeado chegava a 78% no centro-sul brasileiro, contra 86% um ano antes, sendo 94% no Mato Grosso, 76% no Paraná, 68% em Goiás, 65% no Mato Grosso do Sul, 61% em São Paulo e 58% em Minas Gerais (fonte: Safras & Mercado).

Vale destacar ainda que as exportações brasileiras de milho, em fevereiro passado, ficaram em apenas 487.400 toneladas, a um preço médio de US$ 176,90/tonelada. Ao câmbio de hoje isso representa R$ 33,54/saco.

Neste contexto, a tendência para os preços do milho continua sendo de manutenção nos atuais baixos níveis. Uma reação nos preços depende de um aumento nas exportações, o qual depende de uma desvalorização do real, ou de uma quebra importante na produção da safrinha.

 

Fonte: Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijui)

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