Amendoim nacional evolui e ganha espaço no exterior

O amendoim brasileiro tem aumentado paulatinamente sua presença no mercado externo, em um movimento que, segundo o segmento, tem relação direta com a adoção de novas cultivares e também com a criação do selo “Qualidade Certificada Pró-Amendoim”, da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). Em 2021, a certificação completa 20 anos de existência.

Segundo a entidade, o Brasil exportou 259 toneladas do produto in natura em 2020, volume 30,80% maior que o do ano anterior. Essas vendas renderam US$ 318.9 milhões, ou 38% a mais que em 2019. Os embarques cresceram sobretudo para a Rússia.

Ao todo, 11 empresas participam do selo Abicab. Trimestralmente, uma empresa contratada pela associação avalia a qualidade do produto. Esse trabalho inclui a verificação dos níveis de aflatoxina, substância encontrada no amendoim que, em altas concentrações, pode ser danosa para a saúde humana. Ao ano, o Brasil consome cerca de 150.000 toneladas do produto.

O presidente da Abicab, Renato Fechino, disse que a cadeia produtiva do amendoim no Brasil passou por uma transformação positiva no início da década de 90.

O selo, afirmou o dirigente, ajudou a levantar a régua para as indústrias nacionais, que passaram a atender a um padrão de qualidade pelo qual o país já é reconhecido nas cadeias de produção de grãos. “Tínhamos problemas com o processamento e as indústrias sofriam para atingir o padrão imposto no mercado”, afirmou Fechino.

Adaptações

A variedade Tatu era a mais utilizada durante a década de 90, e também a que criava mais problemas para os produtores e para a indústria.

“As plantas sofriam com a colheita mecanizada e o potencial produtivo não era tão alto”, disse Tais Suassuna, pesquisadora e melhorista de amendoim da Embrapa. Com o tempo, a variedade Runner IAC 886, conhecida pela facilidade da colheita com maquinário no campo, ganhou espaço.

A Embrapa vem estudando adaptações de novas sementes de amendoim para plantio no Cerrado. Hoje, São Paulo concentra a produção nacional. “Trabalhamos com três sementes para a região que estão em fase de multiplicação genética”, afirmou Suassuna.

O trabalho da Embrapa é aguardado com expectativa pelos produtores, que foram castigados por falta de chuvas nos dois últimos ciclos.

O trabalho dos pesquisadores da estatal não se restringe à busca por sementes que se adaptem melhor à falta de chuvas. As novas sementes deverão ser também mais resistentes às doenças Cercosporioses (causada por fungos) e a Mancha anelar (causada por vírus).

 

 

Fonte: Valor

Equipe SNA

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