Produtores brasileiros, em parceria com a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), estiveram pela quarta vez na Europa para mostrar as vantagens da Soja Plus, destacando o fato de que a soja brasileira é produzida de forma sustentável.
Contudo, a visita coincidiu com um protesto pela moratória do Cerrado. O movimento é apoiado pelo Príncipe Charles, do Reino Unido, que conseguiu cerca de 23 assinaturas de empresas que se posicionaram contra a produção nesta região do país.
Ricardo Arioli, engenheiro agrônomo da Aprosoja MT, que esteve presente nesta comitiva, afirma que a moratória do Cerrado não é coisa nova, mas que os produtores estão combatendo este argumento com fatos e “entregando no mercado mais do que esperavam”. Segundo ele, a posição dos manifestantes para que haja o desmatamento zero no Cerrado é “indefensável”.
Arioli salienta a necessidade de combater o desmatamento ilegal que, consequentemente, afeta a imagem dos produtores rurais brasileiros. Contudo, a produção agrícola no Cerrado é realizada com a manutenção de reservas legais. O Código Florestal Brasileiro permite que 65% da área do Cerrado seja ocupada pela produção agrícola, enquanto 35% deve ser preservada.
Para o engenheiro agrônomo, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é uma grande novidade que os produtores brasileiros estão levando para a Europa, já que é possível visualizar a propriedade de cada produtor e observar as áreas preservadas. Arioli disse que 33% da área preservada no país está dentro das propriedades, dado que foi ressaltado nas reuniões realizadas com europeus.
O engenheiro enfatiza que o Brasil está fazendo “muito mais do que outros países estão fazendo”, uma vez que, para ser produtor rural no país, essas áreas de proteção ambiental têm de ser comprovadas.
Sobre a visita, Arioli avalia que a comitiva brasileira conseguiu chegar com um discurso melhor e com propostas muito mais avançadas do que havia anteriormente, e que “este é o caminho para se continuar com a Soja Plus”.
Quanto à moratória do Cerrado, o engenheiro lembra que não há nada assinado no Brasil que faça pressão em torno deste fator. No entanto, ele espera que o governo brasileiro tenha uma posição firme. Para Arioli, a agricultura brasileira possui “força e argumentos” para fazer reconhecer sua responsabilidade ambiental.
Fonte: Notícias Agrícolas