Alimentos brasileiros estão entre os mais seguros do mundo

“Os produtos cultivados no Brasil não estão ‘contaminados’ por agroquímicos. Existem, sim, alguns problemas pontuais (…), mas nada que coloque a segurança da população em risco”. A afirmação é de Christian Lohbauer, presidente-executivo da CropLife Brasil, ao comentar os estudos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgados no final do ano passado.

Segundo o relatório da Anvisa, 77% das amostras foram consideradas satisfatórias, sendo que em 49% delas não foram detectados resíduos de pesticidas. Em 28% das amostras, os resíduos estavam em concentrações inferiores ao Limite Máximo de Resíduos (LMR) estabelecido pela própria agência. Foram analisadas 4.616 amostras de 14 alimentos de origem vegetal. As pesquisas envolveram ainda a análise de  270 substâncias químicas presentes nestes produtos.

“Entre as amostras consideradas insatisfatórias (23%), a grande maioria (20,4%) apresentou resíduos de agroquímicos não permitidos para a cultura, um problema burocrático e não de saúde pública, enquanto 2,27% das amostras foram flagradas com resíduos acima do LMR”, disse o executivo da CropLife Brasil.

O estudo do Ministério da Agricultura confirmou os dados da Anvisa, com apenas algumas pequenas variações. A única diferença entre os levantamentos é que, enquanto a agência coleta as suas amostras no varejo, o Mapa foca na outra ponta da cadeia, buscando as frutas, verduras e grãos diretamente nas fazendas.

“No total, foram avaliadas 4.828 amostras, com índice de conformidade em relação aos defensivos de 89%. Entre os 11% de amostras em inconformidade, 6,60% foram identificadas com produtos não autorizados para a cultura, enquanto 2,70% estavam acima do LMR e 1,50% continham resíduos de produtos proibidos no Brasil”, afirmou Lohbauer.

Segundo ele, os resultados atestam a qualidade e a segurança dos vegetais produzidos no País. “Apenas como comparação, na Europa, a média de alimentos com resíduos acima do LMR chega a 4,10%. Nos Estados Unidos, atinge 3,80%”, disse.

“Vale destacar, ainda, que se consideramos os parâmetros estabelecidos pelo Codex Alimentarius ou pela Comissão Europeia, os índices de conformidades dos produtos produzidos no Brasil seriam ainda maiores, já que a legislação brasileira é mais restritiva do que a internacional”.

“Como vimos, o cenário é positivo, mas pode melhorar”, observou Lohbauer. “Na questão dos produtos não aprovados para a cultura, é preciso concentrar esforços na aprovação de novas moléculas e na extensão de uso de produtos já disponíveis no mercado”.

“Já o problema dos alimentos com resíduos acima do LMR só será resolvido com programas de educação e treinamento junto aos produtores, um dos focos prioritários da CropLife Brasil. O que é bom deve ficar ainda melhor. O desafio da CropLife Brasil é fazer com que o índice de conformidade dos nossos alimentos seja de 100%”, concluiu o presidente.

 

Agrolink

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