Algodão: preços disparam em Nova York e têm máximas desde 2014

Os preços do algodão dispararam na madrugada de segunda-feira (15) na ICE em Nova York, renovando algumas de suas máximas no mercado internacional. Por volta da 10h30 (horário de Brasília), os futuros da fibra subiam mais de 6% e o primeiro vencimento (julho/2017) superava os 87 centavos de dólar por libra-peso. Segundo analistas internacionais, a forte alta das cotações reflete uma ‘disputa’ entre os fundos e as indústrias têxteis pelo algodão, na medida em que a melhora na economia global estimula a demanda pela commodity.

De acordo com informações do Financial Times, na semana passada, os preços do algodão alcançaram seus mais altos patamares desde meados de julho de 2014, com dados que mostravam o produto norte-americano sendo rapidamente consumido. Os Estados Unidos, afinal, são os maiores exportadores mundiais de algodão. Estimativas dos USDA mostram que os estoques locais deverão ficar em 3.2 milhões de fardos antes de colheita de outono. “Estamos esgotados de algodão americano este ano”, disse Ron Lawson, da Logic Advisors ao Financial Times.

Para os corretores, esse tumulto ainda não terminou, uma vez que as indústrias ainda precisam fixar os preços de milhões de fardos que têm sua entrega prevista para julho. Dessa forma, e dada uma forte volatilidade, a bolsa em Nova York chegou até mesmo a ampliar o intervalo em que os preços podem negociar nesta segunda-feira. Os reguladores de commodities nos EUA informaram que as indústrias locais ainda não haviam acordado preços para cerca de 4.8 milhões de fardos com entrega prevista para acontecer até julho. “Um número alarmantemente alto”, disse Peter Egli, da Plexus Cotton.

Há algum tempo, o que se via eram os preços caminhando de lado, frente a uma demanda maior por tecidos de poliéster, e a China, maior produtora mundial da fibra, mantendo estoques elevados, limitando o potencial de alta das cotações. No entanto, Pequim começou a realizar vendas de algodão de seus estoques, e o consumo mundial deverá registrar, este ano, um aumento de 2%, alcançando 24.6 milhões de toneladas, na medida em que economia global também vai ganhando mais força, segundo o Comitê Internacional do Algodão.

Além disso, já se registra um aumento em 60% das vendas do produto americano, neste ano, por parte de indústrias da Índia, do Paquistão e Vietnã. Ainda segundo o Financial Times, esse movimento recente dos preços lembra um momento importante em 2008, onde um pico considerável foi alcançado, acabando por tirar desse mercado grandes nomes da indústria têxtil. Hoje, o cenário é liderado pela Louis Dreyfus, Cargill, Glencore e Cofco Agri.

 

Fonte: Financial Times

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