Agronegócio segura a ‘peteca da balança brasileira’, diz Alckmin em fórum do LIDE

João Doria Jr., presidente do LIDE, sobre resoluções do fórum: ‘Quem ganha é o país’

Cerca de 300 líderes de diversos segmentos do agronegócio brasileiro reuniram-se no hotel Royal Palm Plaza, em Campinas (SP), durante o 2º Fórum Nacional de Agronegócios, para debater os cinco principais “nós” do setor: sustentabilidade, comércio, insumos, agenda legislativa e comunicação. Do encontro resultou a “Carta de Campinas” que, segundo o ex-ministro da Agricultura e embaixador especial da FAO, Roberto Rodrigues, representa um conjunto de propostas ao governo em busca de um agronegócio de sucesso.

“Quero ver as propostas do Fórum para as implementarmos no governo”, disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante o jantar de abertura do evento promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, quando foram premiadas empresas, instituições, personalidades, além de uma homenagem especial ao ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho). Para o presidente do LIDE, João Doria Jr., “quando líderes empresários estão reunidos para discutir tópicos importantes, quem ganha é o país. Queremos celebrar, cumprimentar e ter a experiência positiva daqueles que fizeram do agro um negócio de sucesso. Nosso esforço foi bem sucedido”.

Alckmin: agronegócio segura a ‘peteca da balança brasileira’

Alckmin afirmou em seu discurso que “plantamos uma boa semente com o Fórum de Agronegócios do ano passado e já a vemos frutificar com boas propostas, debates, bons desafios e reconhecimento, que geram empregos e fazem São Paulo crescer. O agronegócio segura a ‘peteca da balança brasileira’ e São Paulo, mesmo com apenas 2% do território agrícola do país, comporta 30% da produção total brasileira. Desejo fazer uma homenagem em nome de nosso estado àqueles que ajudam a alimentar e enriquecer o Brasil”.

A “Carta de Campinas” destaca a união de esforços entre o setor privado e os poderes Executivo e Legislativo para superação de relevantes entraves para o desenvolvimento do setor. Quanto à sustentabilidade, enfatiza a administração de riscos de natureza diversa, o conhecimento profundo dos biomas e a implantação do monitoramento do Programa de Agricultura de Baixo Carbono – ABC, assim como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), garantindo renda para os produtores rurais em prol ao papel que exercem pela preservação. No âmbito do comércio internacional, é necessário repensar a estratégia da política externa comercial brasileira, a celebração de acordos bilaterais, além da adoção de uma posição de defesa política do MERCOSUL e fortalecimento do papel de coordenação de organismos como o G-20.

Já para o setor de insumos, é importante rever o tempo de demora dos órgãos públicos para o registro de novas moléculas, uma vez que a agricultura no Brasil é totalmente tropical, com uso intensivo do solo. O setor de sementes necessita de mecanismos mais adequados para a cobrança de royalties por eventos biotecnológicos. É preciso, ainda, uma revisão tributária para a indústria de fertilizantes, para a redução de custos e a criação de incentivos positivos.

Ainda foram debatidos os entraves da agenda legislativa, que devem resolver a questão indígena, a terceirização de mão de obra rural e do trabalho degradante, a garantia de recursos não contingenciáveis para a defesa agropecuária e regras que disciplinem e permitam o investimento estrangeiro em terras agrícolas. Para os debatedores, o “nó” da comunicação do agronegócio só será resolvido quando as cadeias produtivas estiverem organizadas para fazer um diálogo proativo, elevando os níveis de informação para a população urbana.

Por Equipe SNA/SP

 

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