Agronegócio é laranja boa em meio a laranjas podres, diz CNA

Presidente da nova comissão criada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para acompanhar mais de perto o cenário político, o vice-presidente da instituição, José Mário, disse nesta quinta-feira, 10, que a principal tarefa do grupo será descobrir como blindar o setor da atual crise econômica e política.

“É uma pouca vergonha o que está acontecendo no País. Não sabemos se a economia está afetando a política ou o contrário. Estamos em uma gangorra”, declarou.

Ao contrário do ditado popular que diz que uma laranja estragada pode contaminar outras que estejam ao redor, para o representante da instituição, o agronegócio é uma laranja boa que está no meio de um a caixa de laranjas podres.

“2016 é ano de muita cautela, de fazermos contas”, disse, citando a preocupação com a inflação e com a diminuição do consumo. “Se o setor rural falir, o Brasil fali”, previu.

Para o presidente da entidade, João Martins, é preciso reforçar que a agricultura não é importante apenas porque leva superávit para a balança comercial. “Não falta comida no País. A comida no Brasil é farta e a preços acessíveis”, disse.

De acordo com Martins, “não procede”, a afirmação feita pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ao jornal espanhol El Pais, de que os pobres terão de comer arroz sem carne, durante crise.

“Isso não procede. Acho que isso é mais uma encenação política”, afirmou. Martins enfatizou que o processo de engorda do boi para abate é mais rápida do que há alguns anos, o que torna o produto mais barato.

O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, ressaltou que o balanço de 2015 revelou aumento do consumo de cortes nobres. Para 2016, de acordo com ele, haverá maior oferta de carne e maior equilíbrio de mercado.

Lucchi não acredita que deve ter alta do preço da arroba em valores reais.

“Não deve haver preços elevados ao consumidor. Além disso, também tem as aves, que não vão deixar a população do País passar sem carne”, indicou.

Sobre críticas de uso de agrotóxico na produção de alimentos brasileiros, o superintendente preferiu usar como ilustração a preocupação nacional com a proliferação de doenças causadas pelo mosquito da dengue.

“Agrotóxico para o agronegócio é igual a repelente para mosquito da dengue. Não se quer usar, mas é necessário”, comentou.

 

Fonte: Agência Estado

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