Agrolink: Preço dos alimentos deve se normalizar em 2018

Segundo estimativa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), os preços dos alimentos devem retomar os patamares de “normalidade” no próximo ano. Essa estabilização será resultado de uma queda nos volumes ofertados, após os recordes de safra observados em 2017.

“O ritmo das exportações irá graduar a evolução dos preços, condicionada ao comportamento do câmbio”, afirmou Geraldo Barros, coordenador científico do Cepea, ao portal da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura). Segundo ele, pode-se inclusive esperar alguma alta moderada nos preços em relação aos baixos níveis de 2017, em razão de uma demanda interna um pouco mais firme.

Barros confirmou à SNA que o setor agropecuário mantém um padrão de volume que aumenta em aproximadamente 4% anuais. Ele explica que esse é um percentual médio que vale tanto para lavouras quanto para pecuária, e isso leva o produtor a chegar à safra 2017/18 “razoavelmente capitalizado”.

“A safra 2015/16 foi marcada por forte quebra de produção, que foi mais do que compensada pelo aumento de preços; na safra 2016/17 ocorreu mais ou menos o inverso: o grande aumento de volume compensou a grande queda de preço. Na média, não houve perda de renda nos dois períodos, permanecendo em um patamar bem posicionado historicamente”, disse.

O coordenador do Cepea estimou quedas de algo em torno de 5% em relação à safra anterior nos grãos, incluindo soja, milho e arroz. Por razões climáticas, é também esperada diminuição de volume em cana-de-açúcar e café.

“Do lado da demanda, a economia, ou seja, a renda e o emprego no país devem prosseguir num crescimento mais rápido, o que aparecerá na forma de um consumo relativamente maior, dando sustentação para um possível crescimento mais expressivo, mas ainda moderado, também da agroindústria e seus produtos. Isso poderá criar espaço para uma recuperação de margens nos produtos para mercado interno”, afirmou.

“Resta, portanto, observar de perto o comportamento da taxa de câmbio, algo relativamente difícil de projetar para o ano eleitoral que se avizinha. Uma desvalorização mais forte poderá impactar o custo de vida pelo aumento de preços dos produtos exportados e dos insumos agropecuários importados e seus derivados”, concluiu Geraldo Barros.

 

Fonte: Agrolink

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