O Brasil precisa avançar em informação e marketing para conquistar mercado global de orgânicos, afirmou a diretora da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner. De acordo com ela, o País precisa cuidar de alguns detalhes para melhor se posicionar no mercado de orgânicos.
“No Brasil contamos com uma biodiversidade variada. Muitas espécies nativas podem contribuir com nutrientes e aplicações medicinais na alimentação humana. Mas para serem reconhecidas, garantindo demanda no mercado nacional e internacional, precisam de uma estratégia a ser construída pelo setor público e privado, no longo prazo”, ressaltou Sylvia.
Ela explicou ainda que a simples comercialização de frutas diferenciadas não é o suficiente, e que é necessário também construir uma política de informações que explique o valor nutricional e “as propriedades destas frutas, que fale dos biomas onde são produzidas, da sustentabilidade e da característica familiar dos produtores rurais envolvidos”. A partir disso, ela cita o exemplo do Peru.
“Há anos o país investe em informações, marketing, tecnologia e capacitação das empresas. Sua presença em feiras internacionais como a Biofach cresce a cada ano e a “Super Foods Peru” virou marca e referencial para produtos como o camu camu, nozes e castanhas, quinoa, lucuma, maca e sacha inchi, conhecidos e consumidos globalmente”, completou.
Além disso, a diretora da SNA criticou a falta de informações a respeito do mercado brasileiro de orgânicos. “Quanto exportamos? É difícil dizer. O governo não disponibiliza esses dados, mas nossos vizinhos Peru, Argentina e Chile oferecem estatísticas e continuam a crescer e a capturar mercado”, disse.