Agroconsult eleva previsão para soja 13/14 do Brasil a 91,6 mi t

Boas condições de desenvolvimento para as lavouras de soja em boa parte do Brasil levaram a consultoria Agroconsult a aumentar, nesta terça-feira, sua previsão para a safra brasileira 2013/14 para 91,6 milhões de toneladas, contra uma previsão anterior de 90,7 milhões de toneladas.

“A colheita teve início e as primeiras áreas já registram boas produtividades”, disse André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult, a jornalistas.

A colheita da soja no Brasil está em fase inicial, com os trabalhos em campo mais avançados em Mato Grosso, o principal Estado produtor do país.

“Apesar das preocupações causadas pela lagarta Helicoverpa armigera, os produtores relatam que a praga está sob controle em todos os Estados”, acrescentou.

A presença da lagarta, uma espécie exótica que foi detectada em algumas lavouras brasileiras na safra passada, chegou a preocupar bastante no início desta temporada, devido à grande área de abrangência da infestação.

A Agroconsult chegou a estimar que o potencial de perda de produção nesta safra poderia chegar a 5 por cento, o que não se confirmou, disse André Pessôa.

“Há uma presença da lagarta de forma generalizada… Há um custo adicional significativo para os produtores, mas com controle bastante eficaz”, disse o consultor, destacando o rápido aprendizado dos agentes da cadeia produtiva para lidarem com o problema.

CLIMA

A Agroconsult avalia que apenas lavouras de duas regiões do país estão em condições inferiores às verificadas no ano passado: o sul de Mato Grosso do Sul e o sul de São Paulo.

Ainda assim, não há motivos para preocupação exagerada.

“Felizmente voltou a chover no Mato Grosso do Sul, então pode dar uma recuperada ou parar de piorar”, disse Pessôa.

A Somar Meteorologia disse nesta terça-feira que uma frente fria atua no Sul do Brasil e deverá causar chuvas generalizadas no Paraná e em parte do Mato Grosso do Sul.

Na semana passada a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão que realiza os levantamentos oficiais de safra no país, estimou a colheita deste ano em 90,33 milhões de toneladas, contra 81,5 milhões de toneladas em 2012/13.

“As produtividades esperadas por nós em alguns Estados são um pouco mais otimistas que os números da Conab”, afirmou André Pessôa.

SOJA PRECOCE

A safra 2013/14 também está confirmando a prioridade dada pelos produtores rurais, principalmente no Centro-Oeste, às variedades precoces, plantadas logo no início do período autorizado e que já começam a ser colhidas.

Na segunda quinzena de dezembro, 58 por cento da soja do Brasil já estava em fase de enchimento de grãos, contra 43 por cento em 2012/13 e 20 por cento em 2011/12.

“Existe um interesse cada vez maior de aproveitamento da área da fazenda com uma segunda lavoura”, disse Pessôa. “A disponibilidade de máquinas na mão dos produtores, a renovação da frota, permite não só um plantio mais rápido, mas sobretudo uma colheita mais rápida e concentrada.”

Para ele, haverá uma pressão muito grande na cadeia de armazenagem e nos portos, com a concentração da colheita em janeiro e fevereiro, com a possibilidade de repetição do caos logístico de 2013.

Até 28 de fevereiro, 42 por cento das lavouras brasileiras já estarão em condições de serem colhidas, afirmou.

MILHO

A safra total de milho do Brasil na atual temporada (2013/14) foi apontada em 76,2 milhões de toneladas, ante previsão anterior de 76,1 milhões de toneladas.

A Agroconsult estimou a produção de 2012/13 em um recorde de 82,2 milhões de toneladas.

Na competição com a soja, a área plantada com milho na temporada de verão deverá cair 6 por cento, levando a uma colheita de 32,1 milhões de toneladas (redução de 8 por cento ante o volume de 2012/13).

Para a safra de inverno, a chamada “safrinha”, a consultoria projeta um aumento de 2 por cento na área semeada, mas ainda assim estima uma produção de 44,1 milhões de toneladas, recuo de 7 por cento ante o volume de 2012/13.

A explicação é que, em meio a preços baixos e pouco estimulantes, os produtores estão plantando milho com menor investimento em tecnologia, reduzindo a produtividade, segundo a Agroconsult.

Fonte: Reuters

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