Agro ‘empurra’ PIB brasileiro, que cresce 3% em 2023

A soja foi o principal destaque do setor, com um aumento de 25,30% na produção – Foto de Heiko Janowski na Unsplash

A economia brasileira cresceu 3% em 2023, impulsionada pelo forte desempenho do setor agropecuário, segundo a prévia do PIB divulgada nesta segunda-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV).

O setor agropecuário, que representa 6% do PIB do País, registrou um aumento de 15,80% no ano passado, o que representou 30% do crescimento total do PIB.

A soja foi o principal destaque do setor, com um aumento de 25,30% na produção. A região Centro-Sul do País se destacou na produção da oleaginosa.

“Esse contexto mostra uma forte concentração setorial e regional e evidencia que o crescimento econômico não foi sentido de modo uniforme no País”, disse a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.

Ainda segundo a pesquisadora, “o efeito do excelente desempenho agropecuário no ano se estendeu para outras atividades econômicas, o que potencializou sua influência na economia”.

Outro fator que contribuiu para o crescimento do PIB foram as exportações, que registraram um aumento de 9,50% no ano passado.

O principal destaque foram as exportações de produtos agropecuários, que aumentaram 25,30% no ano. Produtos da indústria extrativa mineral, como minério de ferro e petróleo, também registraram um desempenho expressivo no ano, com aumento de 16,70%.

Setores

O setor de serviços registrou um aumento de 2,50% em 2023, em um desempenho considerado “crescimento generalizado”. Já a indústria brasileira terminou o ano em alta de 1,40%.

O Monitor do PIB estima que o consumo das famílias aumentou 3,20% no ano passado. Dentro desse segmento, se destacam positivamente os setores de serviços e de produtos não duráveis (itens de consumo imediato ou com pouco tempo de duração). Em valores monetários, o consumo das famílias foi de R$ 6.9 trilhões, o maior já registrado.

Desaceleração

Segundo o IBRE, a economia registrou um desempenho positivo de 0,60% em dezembro em relação ao mês anterior e de 2,10% em relação a dezembro de 2022. Em janela de tempo trimestral, a atividade econômica no 4º trimestre registrou um aumento de 0,10% na comparação com o 3º trimestre e de 2,30% em comparação com o 4º trimestre de 2022.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o último trimestre do ano passado ficou marcado por uma “clara tendência de desaceleração”, porém, segundo ela, o resultado mostra resiliência da economia apesar das fragilidades de um crescimento anual concentrado e bastante influenciado por commodities (matérias primas com preços ditados pelo mercado internacional).

Fonte: IBRE/FGV
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