Agricultura Regenerativa

Imagem de Freepik
Por, Marcelo Sá, Jornalista/Editor

A perda do solo fértil e da biodiversidade do mundo, juntamente com a de sementes, seja no transporte ou até mesmo no cuidado de armazenamento, representa uma grande ameaça à expansão da capacidade produtiva. De acordo com especialistas e estudiosos do solo, as taxas atuais de manejo da terra (isto é, descarbonização, erosão, desertificação, poluição química), se mantidas, dentro de 50 anos podem acarretar sérios danos à saúde pública, devido a um suprimento de alimentos qualitativamente degradado, caracterizado por diminuição da nutrição e perda de minerais importantes. Mas, principalmente, não haverá mais solo arável suficiente para alimentar o mundo. Sem proteger e regenerar a área mundial de 4 bilhões de acres de terras agrícolas cultivadas, 8 bilhões de acres de pastagens e 10 bilhões de acres de terras florestais, manter o aquecimento global abaixo de 2 graus Celsius e interromper a perda de biodiversidade, será, de fato, impossível ter alimentos para todos.

A agricultura regenerativa é a chave para solucionar esse grande impasse, pois, além de “não cansar” a terra, a melhora, usando tecnologias que revitalizam o solo e o meio ambiente. Um solo saudável é capaz de produzir alimentos de alta qualidade e com maior densidade de nutrientes. Em última análise, leva fazendas a serem mais produtivas e economicamente saudáveis, incorporando práticas de permacultura e agricultura orgânica, incluindo lavoura de conservação, culturas de cobertura, rotação de culturas, compostagem, abrigos móveis de animais e cultivo de pastagens, para aumentar a produção de alimentos e renda dos agricultores.

É consensual entre os especialistas do solo de que a agricultura regenerativa tem um enorme potencial para restaurar a saúde e a produtividade em paisagens degradadas. Também melhora o uso e a eficiência dos recursos hídricos, aumentando a saúde e a capacidade de retenção de nutrientes do solo. Estudos apontam que um aumento de 1% na matéria orgânica do solo por 0,4 hectare aumenta o potencial de armazenamento de água em mais de 75.000 litros. Agora, há experimentos de campo que, a longo prazo e em escala global, vêm comprovando que as práticas agrícolas regenerativas podem aumentar significativamente os estoques de carbono orgânico do solo. O governo da Índia, por exemplo, em razão de seu alto índice populacional e como parte de seu compromisso climático, começou a promover vários princípios de agricultura regenerativa por meio da Missão Nacional para a Agricultura Sustentável.

Assim como a tecnologia veio para o meio rural com muita eficiência, a agricultura regenerativa vai ajudar que outras gerações se alimentem globalmente.

 

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